Diogo Almeida
Insônia. Sim, eu sofro desse mal terrível. Principalmente aos domingos. Talvez por ficar “ruminando” as angústias que me esperam na sala de aula na segunda. O que eu faço para conseguir domar aqueles alunos? (...) E se eu tentasse hipnose? Adestramento? Aula estilo treinamento do Bope?
Você já deve ter notado: eu sou professora, ou melhor, "sofressora", de acordo com a nomenclatura que usamos nos bastidores pedagógicos.
Às vezes a criança entra na escola, passa pela escola, sai da escola e ainda está no processo de alfabetização.
Nós, professores, somos uma espécie que deveria ser estudada: não é fácil lidar com uma sala com trinta crianças ao mesmo tempo, vivas, conscientes e cheias de energia. Ou seja, trabalhamos diariamente com o perigo!
O único tiroteio que você vai ver é com pistola de cola quente – a única arminha que eu sei manusear – e minha maior aventura é conseguir quitar os boletos com o meu salário. Aliás, ganho tão pouco que, em vez de chamar de salário, deveria chamar de troco.
Às vezes, a única solução que nos resta é dar risada. Já que não conseguimos enxergar uma luz no fim do túnel, vamos rir da situação.