Dilma Mota
No rio corrente da vida
No rio corrente da vida
Onde a dor e a ferida
Parecem ir e voltar
Sem lembrar de lá ficar...
Lá! Bem longe de nós
Que nos sentimos sós
E fingimos que a felicidade
Já chegou e a ansiedade
De um todo perfeito se perdeu.
No fim do labirinto e eu.
Que posso fazer sem você?
Se não aprendi a viver
Sem o teu conselho amigo
Sem o teu lindo sorriso...
Me perco em dúvidas
E minh’alma extravasa
E corro para te encontrar
E de novo te falar
Da imensa alegria
Que tu sabes me transmitir!
Recordação de um dia
No silêncio absoluto desse momento,
Envolvida nos braços frios da saudade,
Ponho-me a criar um verso com sentimentos...
E que expresse:
O tamanho da minh’amizade...
O vazio das lembranças que restaram...
Nessa saudade
E nesse silêncio
Mergulho fundo em meus pensamentos...
E percebo enfim:
Que o mesmo destino que nos uniu,
Nossa separação também permitiu...
Foi o rio corrente da vida,
Que nas suas voltas, na sua ginga,
Endereçou-nos para outros mares,
Nos mostrando outras ondas.
E o que ficou:
Foi a recordação de um dia...
Em que uma amizade
Nasceu...
Cresceu...
Sobreviveu...
Apesar doutros sonhos!
Se você for embora
Se você for embora,
Peço-te não esquecer,
O que juntos sonhamos,
As estrelas que olhamos.
No universo lá fora,
Peço-te não apagar,
O meu raio de luz,
As lembranças de um amor que seduz.
Ao coração, é chegada a hora,
A alma ver trescalar,
O renascer da ferida,
A tristeza a permear uma pobre vida.
Nos suspiros de outrora,
Teu amor permitiu,
Uma eloquente paixão,
Um engando do meu coração.
Se te lanças mar a fora,
Não penses que não valeu,
Teu sorriso perfeito,
Será eternizado em meu peito.
Mas, olhe bem que lá fora,
Em meio à busca da felicidade,
Matarás as flores do meu jardim,
Deixará meu coração, despido de mim.
VÁ
Vá!
Mas não esqueça o que vivemos,
O que juntos fizemos.
Aquele universo todo que descobrimos,
As nossas estrelas, no nosso ninho.
Vá!
Mas não apague o meu raio de luz,
As lembranças de um amor que seduz,
Os momentos eternos da minha vida,
Os pensamentos que aumentam a ferida.
Vá!
Mas não diga que não valeu,
Tudo o que no amor aconteceu,
A incerteza, a inocência,
A descoberta, a entrega.
Vá!
Pise assim nas flores do meu jardim,
Num coração despido de mim.
O mesmo que permitiu o nosso amor,
O mesmo que sofre agora essa dor.