Diego Rodrigo
Magia do tempo
Perder algo que não se pode comprar
Esperar por algo que pode nunca chegar
Ver partir, mas sempre torcer pra voltar
Sabendo que o tempo faz tudo passar
O que é simples se torna complicado
O novo, logo se torna o ultrapassado
E as palavras que são lindas e fatais
Morrem aos poucos por motivos banais
Mas quando o tempo parecer devagar
É preciso deixar o bem nos dominar
Fazer o melhor para não se arrepender
E abandonar o pior pelo medo de sofrer
...e o bom sempre voando
É um desejo que tenho que disfarçar
Pois entendo que não suportaria estragar
O que chegou sem ter que pedir pra entrar
Como um raio de sol que me faz acordar
Creio que em novo ritmo está o tempo
Faz muito barulho e noto que está lento
Essa lentidão seria algo para eu celebrar
Se minha companhia aqui fosse estar
Mas se ela estivesse aqui, o tempo voaria
Como nas vezes em que a noite deu lugar ao dia
Sem perceber já era hora dela se despedir
Durma bem, boa noite e um beijo antes de dormir
Uma distração
Sabes que queria estar contigo
Mesmo que fosse como amigo
E assim poderia fazer e dizer
O algo a mais pra te convencer
Às vezes o exagero me domina
Querendo ter contigo uma rotina
Que em tudo poderia te satisfazer
E te dar o que só pra ti posso oferecer
Como deve ser pegar na tua mão?
Através dos dedos daria pra sentir o coração
Sentir tremer, notar a mudança na respiração
Quem dera eu ser a tua melhor distração
Por aí...
Dia cinza com uma garoa fina
Tive muitos passos pra fazer
Subi o morro, e fui lá em cima
E ouvi o silêncio a me surpreender
Vi que a paisagem estava triste
Pois sua essência está a morrer
Mesmo assim minha mente insiste
Em voltar lá, e me sentar pra ver
O que resta de uma antiga beleza
Que poucos podem parar e ver
Já que precisam por comida na mesa
E se ocupam demais com o "vir a ser"
Balança da alma
De uma euforia total
A um desastre sem igual
Tudo isso dentro da mente
A alegria é um exagero
Tão igual é o desespero
Isso é o coração que sente
O julgamento que odeio
É o mesmo que semeio
Não há nada de diferente
A cabeça que muito pensa
Gera uma indecisão imensa
E pouco vivo no presente
Estável
Passava muitas noites a caçar
Os motivos que me faziam chorar
Queria muito deixar a vida me levar
Então passei dias e noites a pensar
A vida não cansa de me oferecer
Oportunidades que eu deixo morrer
Às vezes tenho tudo e não quero nada
Às vezes digo tudo e não faço nada
Entre o que posso crer e entender
Está a simplicidade que não posso ver
São os detalhes que me tiram da dança
Até que os aprenda esta mente não descansa
Na primeira barreira pensava em desistir
Mas nunca desisti da minha forma de sorrir
É o simples, o lindo, o estranho e o amável
Que estão me mantendo em estado estável
Amor
Entre estar feliz e triste
Um sentimento resiste
Com a esperança de ser
O que falta em outro ser
Pra preencher o vazio das vidas
Encontrar e curar as feridas.
Transformando a dor em pó
Os dois se tornam um só
Escrevendo em linhas tortas
Mostrando que há portas
Para uma constante troca
De sentimentos que nos toca