Diego Moraes
Se você amanhecer bebendo Red Label e mergulhar bem fundo no Rio Amazonas, é possível ver a Marilyn Monroe só de calcinha.
As mulheres acham que podem mijar no coração da gente e depois sair sorrindo como se fossem passarinhos.
Às vezes bate solidão e entro numas de sentar na cadeira de balanço e chorar fumando derby olhando pras nuvens.
Viver escrevendo poemas e não ganhar um tostão furado, não é coisa de Deus, Não. Tá mais pra alma a serviço do capeta.
A solidão não tem nada a ver com cores ou ausência de música. É algo patético. É o silêncio de fantasmas tateando cadáveres na neve.
A natureza é imperfeita como meus contos e rabiscos sem sentido. Minha alma invejada por satanás esperando a queda.
Nada melhor que acordar às cinco da manhã e escrever um conto cheio de cavalos árabes e prostitutas tchecas.
A maior editora é a dos céus, pois os anjos datilografam cada pecado, e toda obra será lançada no dia do fim”
Ontem desenhei uns cavalos ouvindo Rolling Stones, mas não voltarei a pintar. Desde a última exposição imagino feridas-girassóis.
Literatura: escolhi este câncer e agora sinto os buracos negros se espalhando como se Deus falasse através dos silêncios ofendidos embaixo do guarda-chuva.