Diana Sad
Eu já nem abro mais a porta
Não deixo o ar entrar
O ventilador ventila e leva meu desespero
Pra qualquer cantinho que eu não precise enxergar
Eu nem abro as janelas
O pôr do sol que eu vejo é do cartão-postal
Que o porteiro me entregou por engano
E eu não quis devolver ao dono
Caos legitimo embaixo do tapete
Se o céu ainda é azul?
Pelo o que vi na TV parece que sim
As interpretações tão impessoais
Revelaram um raio triste dentro de mim
Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
Do imediatismo normal
Talvez eu não sonhe mais
Em voltar a pular carnaval
E nem volte assumir
Tudo que furtei
Buscando alguma coisa que nem sei
Já nem vou a nenhum lugar
Meu mundo se reduziu a 60 m2
Meu organismo se acostumou a viver sem amor
Não existe amor na rotina
Só mesmo na poesia de poucas linhas
Não acredito mais na força que ainda busco
Para distrair a mente e fingir que ainda sente
Tudo o que já morreu.