Derllanya Lauriene e Jardeson Sá

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⁠Neste quarto de despejo é horrível de se morar
Coisas absurdas acontecem neste lugar
5h da manhã tenho que acordar
Para meus filhos alimentar.

Saio para dinheiro arrumar
E quando pelas ruas tenho que passar
Pessoas fecham as janelas e saem do lugar
Acham que isso vai me magoar?
Que nada! Faço é gostar
Pois, não preciso parar e as pessoas "cumprimentar".

Da onde que já se viu?
Um homem de 48 anos desafiar uma criança para brigar
Além de quando um favelado falece
Malandros tentam lhe enganar
Dizendo que o dinheiro é para o falecido sepultar
Que nada, eles usam a esmola para se embriagar.

Me denigrem por ser preta
Porém...
Adoro minha força, meu suor
Adoro minha cor, é quem eu sou.

Quem disse que sou inferior?
Bebo que nem vocês brancos
Adoeço que nem vocês brancos
Sinto fome que nem vocês brancos.

Pena de ser negra?
Pena tenho dessa sociedade!
Que só liga para notoriedade
Que esquecem o que é racional
E ainda pratica o darwinismo social.

Me julgam por ser favelada
Mas também não me ajudam a não ser
Com um governo corrupto
E uma inflação abrupta
Que não me deixa escolher
Entre ser ou não ser.

Corro por bicos, me mato por alimento
Vivo por sobrevivência, com resiliência
E, ainda sim, roubam-me com anuência
E com bastante frequência.

E incrível como as pessoas reclamam do que faço, e até do que não faço
Dizem-me que quero ser muita coisa
Porque não bebo pinga
Mando mentalmente
Eles irem cuidar de suas vidas

Sou sozinha, tenho 3 filhos
Tenho que educá-los
E ser exemplo
Para se tornarem alguém que contemplo.

Prefiro um livro do que álcool
Prefiro o conhecimento, do que o mundão
Sou assertiva e agnitiva
E tenho um bom coração.

De cabeça erguida
Seguiu sua vida
Venceu a escuridão
Com pé no chão
Atualmente aplaudida
E muito bem reconhecida
Por isso digo:
"Muito bem, Carolina!"