Denise Cipolli

Encontrados 3 pensamentos de Denise Cipolli

Cercamo-nos cada vez mais de proteção contra a nossa própria espécie.
Evitamos a todo custo o risco de nos machucarmos. Porém o homem não foi criado para existir sozinho, ainda que tenhamos a convicção de nos bastarmos, chegará o dia em que a solidão nos fará oposição. E na hora em que a insônia invadir nossa cama insistindo em sua tortura a nos manter acordados e aflitos, teremos tempo para refletir sobre o preço que pagamos pela escolha de nos afastarmos uns dos outros.
Nessa hora sentiremos uma angústia em nosso peito e um desejo enorme de chamar por alguém. Olharemos para o telefone e nos perguntaremos; - quem?
Pegaremos o aparelho e o fitaremos como se este pudesse nos responder, mas o que ouviremos será apenas o ruído de nossa respiração pesada. O colocaremos de volta no criado e pesadamente nos deitaremos na cama. Mãos ansiosas se esfregando sobre o ventre, os olhos a viajar pelo teto, como a fazer uma súplica. E uma cristalina lágrima a rolar no canto dos olhos. E a noite prosseguirá sua marcha silenciosa, só quebrada pelo irritante tic-tac do relógio.
E pensaremos , pensaremos ou melhor, divagaremos de um pensamento a outro, sem nenhuma linha racional, apenas mataremos as horas.
E tudo por nossa confortável opção de nos isolarmos de nós mesmos.
Costumo dizer e realmente creio que estamos todos conectados por um fio invisível, onde é impossível nos desligarmos uns dos outros.
Mas penso que este fio é muito fino, tênue e sua ligação não se aplica em certos estados emocionais. É como se este módulo, vamos chamá-lo assim fosse propositadamente desativado, para não nos sentirmos auto-suficientes e deixarmos de nos procurar.
Por esta razão tenho feito uma lista, das pessoas que gostava e deixei de vê-las, daqueles que perdi ao longo do caminho, vou em busca do elemento humano, nascemos e morremos sozinhos, mas entre essas duas fases existe a coexistência, e esta é feita de pessoas e todos os seres viventes. Abraçar é preciso, e a matemática é simples; número mínimo de braços: quatro, eu só tenho dois, logo....

Existe neste mundo uma grande casta de espíritos guerreiros. Estes vem de longas batalhas, se ferindo e se curando para a luta seguinte. O verdadeiro guerreiro sabe que tem uma guerra para lutar, e mesmo que seja inglória, ele enfrentará até o último momento,muitas vezes tendo que recuar para se fortalecer, mas para ele é apenas uma pausa para curar suas feridas que doem e sangram.; como guerreiro ele voltará para a linha de frente.
Você é certamente um desses guerreiros que neste momento sentou-se num canto para curar suas feridas. Sabe que seu oponente é muito mais forte e que suas armas não serão suficientes, mas mesmo assim não desiste. Você não se rende e certamente irá até o fim independente de que fim seja esse.
Então, de guerreiro para guerreiro, recue e se cure, perde-se uma batalha para não perder a guerra.
É assim que somos, é assim que vivemos, lutando e sofrendo, mas lutando, nunca nos sentaremos na estrada em sinal de desistência.
Não aceite as alternativas de rendiçao ou morte, ambas tem o mesmo significado.
Crie a terceira; pegue as rédeas de seu cavalo e afaste-se desta batalha perdida, fortaleça-se e volte pra vencer. Nunca será humilhante recuar pra poder voltar, é sábio e inteligente.
Quando retornar ao campo de batalha, tenha fé em sua força interior, Deus não nos dá um desafio que não possamos superar.
É preciso acreditar que somos capazes e tudo é possivel quando acreditamos nessa Força interior.
Lute para libertar esse sol que brilha em sua alma e que por agora se encobriu de densas nuvens cinzentas. Tenha certeza; ele está lá.
Somos Fortes e Bravos Guerreiros. À luta!

Fui até meu jardim secreto; me armei de pá, ancinho, adubos e sementes.
Fui plantar cataventos. Por quê? O nome já diz; para que ventos os levem.
Meu jardim estava um pouco triste, a chuva da insegurança abatera-se sobre ele. Então sentei-me ali naquela pedra e esperei que a chuva passasse.
Enquanto esperava, imaginava meus cataventos, e eles giravam, giravam, e o vento divertia-se com seus rodopios que eram tantos, que dissipou a chuva. E as nuvens se abriram; um sorridente Sol se mostrou entre elas. E numa parceria inesperada, vento e sol secaram meu jardim.
Peguei minha pazinha, meu ancinho e trabalhei minha terra, esperançosa pelos cataventos. Lançara minhas sementes de verdes cataventos.
E esperei por eles, dias e dias, regados pela chuva da paciência e aquecidos pelo Sol da esperança. Finalmente nasceram, bonitos, perfeitos, rodopiantes bailarinos. Sorri de satisfação. Eram cataventos de montão.
Enfim cresceram. Para quê tanto catavento? Oras, porque só um não basta pro meu intento.
Então, escrevi uma mensagem em cada um deles. Eu pedi a sua volta. Fiz um mapa também, para o caso de você se perder, para não perderes o rumo.
Sou homem da terra, cultivo jardim secreto. Não sei nada sobre plantar garrafas no mar. Depois me explique o projeto.
Tudo pronto para o grande desfecho. Aguardo que o grande vento conciliador se aproxime e Zás! Liberto meus catadores de respostas. Um a um eles se vão em sua busca. Olhe para cima, eles estão à sua procura. Encontre-os. Encontre-nos!
Sentarei aqui, nessa pedra de meu jardim secreto e
esperarei.
Até que retorne o último catavento, trazido pela sua mão.
Volte. Dê meia-volta.
Que eu não tenha plantado em vão.