Deise Silva
A verdadeira arte de viver é pintar sua própia arte,basta saber guiar o pincel da maneira certa,e os borrões,não se preocupe,para os outros erros ,mas para você uma nova maneira de ver a vida e continuar...
O que seria dos normais se não existisse os loucos? Somos nós que damos créditos a eles,e sem nossa presença o mundo seria monótono...
Olhos de borboleta,são aqueles olhos que sabiamente observam e valorizam os detalhes e a cada movimento simetrico das coisas...
Ser feliz é aprender a apreciar as coisas simples da vida, um simples olhar, aquele sorriso e o vento, ah, o vento que toca no rosto e te dá as mais belas sensações...
Memórias
Deito-me e fixo as estrelas
Brilham como há 10 anos atrás
Talvez não sejam as mesmas
Mas lembram aqueles velhos tempos
Pela mesma estrada
Sentia-me como um pássaro
Nos gramados vizinhos
Sentia-me um besourinho
O cantinho do quarto antigo
Comecei a intimidade com as palavras
Vivia no meu mundo
Onde me bastava apenas os livros
Cada pagina explorada uma aventura
Com as portas trancadas
Ouvia dor e sofrimento ao lado de fora
Mas aqui dentro existia
Paz e tranquilidade
Em cada frase escrita
Um sentimento contido
Em cada linha
Uma história descrita
Sentava-me em direção a porta
E imaginava que atras dela havia
Um lugar luminoso
Mas quando a abria
Apenas a escuridão
Nos tempos modernos
Outros caminhos
Os mesmos crescidos
Vidas própias,alguns, tempo perdido.
Utilizo meu pincel
Em uma tela diferente
A cada borrão
Uma nova visão
A cada tropeço uma cicatriz
A marca da resistência
E a mais pura aprendizagem
Sinto o mesmo vento
Mas vejo tudo com outros olhos
Não vejo mais máscaras
Não vejo mais a inocência...
Apenas um baú repleto de memórias...
Tempestade
Econtro-me perdida nesse bosque
ouvindo o som do rio que passa ao longe
Corro e me refugio por entre as árvores.
Em minhas mãos uma taça d´gua
Não a deixarei cair
Minha mente quase ditorcida
Mas minha consciência sempre firme.
Não intimida-me o céu escuro
As trovoadas não me amedrontam
Sigo por esse caminho
Cheio de pedras
e Flores com espinho.
A gota de sangue em meu dedo
Transforma-se em um mar vermelho
Fundem-se as gotas da chuva.
Aquela taça entre meus dedos gélidos
Por um instante
Assustou-me
Cade a água que encontrava-se no interior
Percebo em minhas vestes o cheiro doce do vinho.
Refújio
Caminho por lugares distantes
Passo por universos paralelos
descubro novas sensações
Preciso construir meu propio mundo.
Parada no meio do fogo cruzado
Ouvindo pensamentos insensatos
Me espanta tanto descaramento.
Vivo em em meio de pessoas
Mas estou certa que os olhos
De cobra me ceguem.
Não temerei tal ser rastejante
Que durante toda jornada
Respira poeira
Tenho meu antídoto
Sentirei as picadas
Porém subtrarei o veneno pois ele
Me fortalecerá
Estou cercada por um muro
De concreto com rachaduras
E minha fúria o botará abaixo
Livre voarei para o céu Azul
Com meus tesouros nas mãos.
E a cobra que me percegue
Terá sua cabeça em baixo de meus pés.
Doce inocência
Onde estão nossas crianças?
Brincar,correr,pular,
Avisto poucas naquela praça.
Aquele menino de 10 anos brinca
com arma de brinquedo
Com balas de verdadeiras.
Aquela menina de 15 anos brinca
Com boneca de verdade
Enquanto a mãe lá dentro chora
Ao corrompimento de sua inocencia
A sua propia.
Não entendo por que os brinquedos
Estão no lixo
E nas mãos marcas de uma vida
Calejada.
Nas calçadas pequeninos
Sentam-se e assistem
Seus sonhos escorrendo
Junto com a água suja do boeiro
Que desagua em suas esperanças.
Com um olhar profundo
E triste,que escondem
Uma tragédia , uma solidão,
Um silêncio com em uma revolta amarga.
A cada esquina um colchão
Duro ,frio e as vezes amanhece
Umido pelas lágrimas que rolam
Durante á noite por não ter
Uma mão estendida ou um prato de comida.
Maldito olhar vazio e desesperado
Maldito descaso.
Minha cabeça descansada em uma
Cama macia e aconchegante
Enquanto um anjo corre por ai
Na noite vazia.
Meus pés no chão,mas logo
Calçarei o chinelo
Mas e aqueles pés seguidos
Com vestes rasgadas?
Passando pelo parque avisto
Aquele anjo sentado no chafariz
Sentei-me ao seu lado
E aqueles grandes olhos se voltaram
Para mim e sua boca emitiu um som
Tocante e rasgador : Onde esta Deus?
Senti por dentro a mesma dor e sofrimento
Por alguns segundos.
Maldito olhar vazio e desesperado
Maldito descaso.
O Vento
Sou aquele que passa bruscamente,
Levanto tudo aquilo que esta no caminho,
Sou aquele que passa tão suave,
Que faz o mendigo que dorme no banco,
Apreciar o espetáculo do cair das folhas,
Que dançam enquanto descem sutilmente
Ao chão.
Sou invisível,porém sentido a cada passo,
A cada olhar , a cada movimento simetrico
Das roupas, do vestido da bela moça.
Sou aquele que vagarosamente,
Folheia o livro sobre a mesa de madeira,
Naquela casa antiga com a janela aberta,
Onde com as palavras tenho uma longa conversa.
Desculpem-me aos danos que causo,
Pois minha fúria diante da destruição humana
É tão forte que meus olhos cegam,
Assim como os olhos daqueles que devastam
Parte de mim,onde não posso mais,
Balançar o topo da Rainha.
Sobre A Luz das Velas
Encontro-me com as mais valiosas
Ferramentas em minhas mãos
Pelos meus dedos escorrem letras
Em um mundo extremamente frio e amargo
Meus olhos fixam-se naquele pedaço de papel branco
A melodia escrita nas rimas
Refleta o mais puro dos sentimentos
Pois é fascinante a combinação
Do lápis e daquela folha
Mas por que as palavras ainda não fluem?
Resisto firmemente a amargura
Com uma armadura metalica
Com letras douradas
Que protege-me diante de tanta ignorância
De tanta bobagem e de tanta cegueira
Dirijo-me ao meu refujo
Onde encontro a liberdade
Junto a chave sagrada para os portões.
Negros que tentam bloquear meus pensamentos.
Voando por um mundo azul
Onde meu corpo movimenta-se
Conforme o vento toca as árvores.
De repente acordo
Com o vinho derramado sobre mim
E vejo-me no espelho
Refletindo A luz das velas
A luz de minhas ideias.
Cigarras
Em meio as árvores
E as folhas que caem de seu topo
Eu canto
Em meio ao som dos pássaros
Dos grilos , dos carros
Eu canto
Aquele rapaz que esta só
Pensando , refletindo
E adimirando o verde do parque
Para ele eu canto
Canto e encanto
Canto e não canto
Junto ao som do pingo do vinho
Forma-se a melodia
E enbebedo-me com a mais simples
Alegria,por isso canto.
Uma nova história
Meu livro esta cheio de rabiscos
Minhas páginas cheias de letras insanas
Minha capa continua a mesma
Mas ainda á muitas folhas em branco.
Minha história teve um começo ruim
Mas nunca penso de como será o fim
Procuro compreender o inicio e desvendar o enredo
Com satisfação em alguns parágrafos
Logo vem o ponto final.
O ponto final nunca significa o fim,
Talvez da frase,mas não, ainda falta grande
Parte a ser escrita.
Nela existe tristezas,alegrias
Mas levo tudo com um sorriso no rosto
E assim que viro a 125 percebo que as anteriores
Ao 124 precisam ainda de um toquisinho,
Que porém servirão para ressaltar as coisas boas,
Para que eu possa seguir nas páginas seguintes.
Não importa o lápis que esta utilizando
O que importa são as palavras que estão sendo
Passadas através dele,pois será teu maior e melhor condutor
Pois você terá as ferramentas mais valiosas,o tesouro
Mais cobiçado,só que os homens ainda não se deram conta disso.
Toda minha jornada esta em cada frase,cada letra,cada vírgula,
Cada parágrafo,mas eu não a resumo,pois prefiro te-la completa
Não quero perder nem um momento,nem um erro cometido.