Débora Luiza de Paula Ferreira
A Perda Gera Conquista
Tão cedo da matina me vejo desperta, em busca de algo que me tire desse estado: poéta. Mente agitada, dedos pensantes, muitas palavras em poucos instantes.
Ao fundo, uma forte ventania. "O porquê disso tudo?" eu me pergunto. "É só uma fase." Minha mãe diria.
Acho que perdi meu talento, o único que eu continha, o único em que eu me atento.
Minha doce forma de me afastar da minha podridão, me expressar por meio de palavras, colocar num papel toda minha solidão.
Um novo amor de forma repentina fez questionar-me toda minha rotina, fazer muito em troca de pouco, comer agulhas por desejar menos sufoco.
Mas tão de repente surgiu na minha vida, sem aviso prévio de ída nem vinda.
Foi como colocar óculos, mas não sabia se tudo se encaixava ou se só ainda mais se embaçava.
Sem mais esperanças sobre meu valor, em silêncio eu gritava, esperando o vazio me aconchegar com seu vigor
Porém, mesmo apreendida, a vida nos deu um clima, me mostrou você, sua grande obra prima.
À sua maneira, és arte pura. Inspirou-me a brincar com rima, fazer da arte, minha mais potente enzima.
És um tesouro único e atemporal que fez-me abandonar a dor para escrever sobre o amor, tomar de volta meu talento astral.
Meu amor, meu querido amor, amor meu tão único, aquele que faço meu alvo de mais profunda afeição declaro então que te amo com todo meu coração.