Débora Duarte B.
O nada não pode ser definido. Porque, na maioria das vezes, a angústia é justamente isso, um nada que você simplesmente sente.
Quando se passa muito tempo ao lado de uma pessoa, é quase impossível não se apaixonar por seus defeitos e por suas qualidades.
Tem dias que eu acordo e me questiono se todas as escolhas que fiz realmente valeram a pena, se todas as cicatrizes que a vida me deixou realmente me transformaram em uma pessoa mais forte.
Sabe? Eu admiro aqueles que conseguem sorrir com os problemas, que conseguem reunir forças no medo, que mesmo com tudo desmoronando, jamais perdem a esperança.
Desde o começo desta estrada ao qual chamamos de vida, às vezes andamos juntos, às vezes separados. Dentro de cada passo, todos nós sonhamos o mesmo. Todos nós buscamos o amor.
Quando eu era pequena, eu amava ficar observando as estrelas. De alguma forma elas me faziam acreditar que todos os meus sonhos se tornariam realidade.
Em uma realidade onde as pessoas estão mais preocupadas em propagar o ódio e desviar dinheiro para suas contas bancárias, eu só peço mais AMOR, por favor.
Amor, paixão, felicidade, desejo... É surreal a forma como nos sentimos quando todos esses sentimentos se unem em um mesmo momento.
Foi então que ali, no silêncio pesaroso da noite, que finalmente compreendi. Eu estava doente. Eu havia nascido doente. E essa doença se chamava 'melancolia'.
Dizem que um mar calmo nunca fez um bom marinheiro, porém, muitas das vezes, a tempestade é forte demais para ser suportada.
A vida é como um livro, que na mão de cada um varia a quantidade de páginas, mas que na última delas, de absolutamente todos, é escrita igual e com uma única palavra: 'Fim'.
É aquela velha sensação de novo. Aquela melancolia que surge simplesmente do nada. Aquela tristeza que transborda pelos olhos. Aquele amontoado de pensamentos desregulares que se tornam um labirinto sem saída. Aquele nó na garganta que faz o simples ato de engolir se tornar uma tortura. Aquele aperto tão intenso no coração que te faz pensar que o mesmo está sendo esmagado, destroçado. Aquele ar que parece não entrar em seus pulmões e, quando entra, arde tanto, machuca tanto que você tem a sensação de que há lâminas rasgando por baixo da sua pele. É desesperador, desolador, angustiante... e dói. Dói muito. A ansiedade dói como poucas coisas na vida serão capazes de doer. É uma dor que dura, que é feita para durar. E por mais que a gente tente, que a gente lute, ela permanecerá doendo, permanecerá nos adoecendo.