Dea Lunaris

Encontrados 6 pensamentos de Dea Lunaris

⁠Dentro de mim, em desespero, vagueio sem rumo,
Palavras embaçadas, que me fazem tão mau quando o fumo.
Uma farsa, uma sombra, quem sou eu afinal?
Qualia, navegando pelas profundezas, em busca da verdade vital.
Às vezes, me perco nas dobras do meu ser,
Emaranhados de emoções, difíceis de entender.
Uma jornada incerta, por caminhos sem sinal,
Na busca incessante, na escuridão, pelo ideal.
O que é ser uma farsa? Esse eco que me assombra?
Um grito silencioso, uma angústia que me ronda.
Um caminho sem volta, que se chama “eu”
Pensamento que agora questiono se é meu.

Escrever é necessário para expressar o meu viver.
Mas, se a escrita não é minha, Como vão entender?
Déjà vu, é inspiração, ou plágio?
Como fazê-los entender que minha mente é frágil?

Pela busca incessante por aprovação
Talvez seja difícil manter apenas na observação.
Como posso fazer para repudiar essa ação?
Podem ficar tranquilos, mutilação, pra mim, não é uma opção.

A angústia dentro de mim é crescente
Ela escapa, e de repente, estou doente
Seja no presente, ou só mentalmente
Provavelmente, é só coisa de adolescente.

Équase uma sensação física, como se eu fosse regurgita-la
A agonia perfura minha utopia com uma bala.

⁠Enquanto minha vida exigia atentamente
Que eu me movesse, que eu fosse em frente

Qualquer coisa, compromissos, responsabilidades
Minha natureza sentia o prazo chegando
“Seria isso uma ameaça eminente?”.

Dentro de mim, pulsante, o medo e o escalar de algo que não era “eu”
Uma linguagem que eu não entendia;

Era como se eu fosse um barco, navegando em um mar profundo, desconhecido, um mar que também sou eu, que de repente, esse barco se afunda, e eu me perco em mim mesma.

No impulso de seguir
Gritava dentro de mim aquilo que não devia.
Escutei minha alma aos berros, eu só não queria, mas eu não entendia o que não queria

Meu corpo ia contra minha vontade, eu gritei, alto
Alto, e gritei, aos prantos, o medo invadiu,
Medo de tudo, de mim, da minha alma, do que sou e do que serei.

⁠No labirinto de Dédalo, obscuro e vasto,
Onde sombras dançam, um destino gasto,

Um intricado enigma, um desafio aterrador,
Nenhum ousaria entrar, seja herói ou explorador.

Suas paredes sinuosas, como serpentes entrelaçadas,
Um labirinto infindável, cercado de ossadas,

Emaranhado de caminhos, onde todos se oponham,
Onde os passos ecoam, e as almas se acanham.

O engenho de Dédalo, um feito sem igual,
Criado para aprisionar o Minotauro bestial,

Mas também uma provação para Teseu, o corajoso,
Em sua busca por triunfar sobre o monstro impetuoso.

Oh, labirinto de Dédalo, mistério e maravilha,
Nas profundezas escuras, o herói enfrenta a trilha,

Onde cada esquina guarda um segredo solitário,
Em busca de um rumo, como uma carta sem destinatário.

Mas, finalmente, a astúcia e a coragem prevalecem,
E o labirinto é desvendado, os caminhos agora conhecem,

Dédalo e Ícaro, em suas formas aladas, saem pela entrada,
Deixando para trás a história do labirinto, eternamente lembrada.

⁠Teus olhos me lembram o céu,
Feito furos em papel…

Estrelas de origami
Por mais que eu tente ou as ame,

Os pensamentos vêm submersos
Pelas profundezas dos teus versos.

Caindo para cima
Afundando-se no clima.

Ícaro caiu dos céus porque não sabia valorizar a vida,
E eu caí na tua lábia, porque eu estava iludida.

No momento em que se afastou
O céu caiu e o fogo se alastrou.

Os gritos, tão altos que alcançam os céus.
Por que diabos eu iria ser mais uma dos troféus?

O sangue, servia de tinta
Para o sino, que ainda tilinta.

Os teus olhos, me lembram o céu,
Que uma vez, caiu, leve como papel.

O universo chorava
E eu, a dor, abraçava.

Estrelas de origami
Enfim, queimaram, no fogo infame.

⁠A dor que dói no momento em que se sente,
Esvai-se, e agora está contente novamente.

O fogo que flameja no momento em que queima
Arde, mas logo deixa de ser um dilema.

A vida que vive, e agora parece ótima,
Logo termina, essa é a última.

O que agora parece não ter importância,
Talvez seja mera ignorância.

As estrelas hoje no cosmos,
Que talvez já tenham falecido,

O brilho que agora se vê, já morreu,
Então, desaparece no breu.

O que agora, parece inevitável,
Logo, será inviável.

⁠Respirar não funciona
1, 2, 3

O tempo passa, passa e não para
3, 2, 1

A ansiedade borbulha
O sangue ferve

3, 3, 3
Mente confusa, as pernas bambas

Grito silencioso
Vejo o choro e ouço os olhos

Quando vão me escutar ao invés de me ouvir?
Quando vão me ver?

O tempo é relativo
Relativo é o tempo, não controlar é humano?

O tempo passa, o sangue esfria
O grito silencia
As pernas estáveis, as lágrimas sedem

O relógio não para, e eu não posso controlar
Não é preciso parar, para acordar.