Dayse Araújo
Penso querer e não quero. Digo não desejar e morro de sede.
Quero um SIM delicioso e digo um NÃO que amarga a boca (e sofro).
Briguei com quem mais amo. Fiz as pazes. Provei parte daquilo que chamam de vida. Guardei um bocado pra mais tarde.
Cortaram minhas asas, se eu me jogar eu morro. Mas o bom de se estar morta é que ninguém vai me matar de novo.
No fim de tudo não há final quando se lança corpo e alma, por que viver tudo com pressa é a mais nobre das calmas
A realidade fere, mas prefiro essa dor consciente que uma ilusão boba e feliz, que me mate aos poucos.
Na boca ficou o gosto do beijo e no corpo as marcas que se apagaram. O coração em pedaços, mas que podem, com jeitinho e carinho, serem colados.
Fecho os olhos na tentativa de esquecer, mas o som do rock invade meus ouvidos, em músicas que nunca havia ouvido.