David Vinagreiro
Nunca escolhemos um destino. Escolhemos sim um caminho, caminho esse que se multiplica em múltiplos percursos, sempre antecedidos por novas e infindáveis tomadas de decisão. Podemos então depreender que nunca sabemos aquilo que escolhemos, sabemos apenas qual o caminho que optamos seguir…
O ser humano é uma máquina de sentir. Por mais que tente fingir ou fugir, é incapaz de ludibriar a sua formatação.
O sonho está sempre presente, incontornavelmente influenciando o curso da vida. Ou sonhamos com sonhos ainda por realizar, ou deixamos de sonhar devido à acumulação de sonhos não realizados.
A essência da vida resume-se ao presente, o passado são meras memórias, o futuro apenas prospetiva...
A vida resume-se a uma divagação entre o que é o sonho e o que é real. Será o sonho uma consequência do real, ou o real uma mera representação dos sonhos?
Apenas existe ausência após a existência de presença, e se a sentimos é porque a imagem da presença continua existente em nós. Se esta existe, não vale a pena focarmo-nos na ausência. Centremos então o nosso foco na presença, pois se as memórias existem em nós, ela continua real na nossa existência…
A ilusão é uma constante na equação da vida, pois não é mais do que uma descomplexificação dos sonhos projectados (pensados). A ânsia de os realizar, conduz-nos à ilusão prévia que envolve a sua construção. Se sonhar é um princípio básico do ser humano, então este e a ilusão são concomitantes e totalmente indissociáveis. A ilusão é, portanto, tão inevitável como o pensamento.
A vida é como um oceano, em que as vivências são as correntes. Por mais que tentemos seguir a nossa própria rota, elas permanentemente influenciarão a nossa navegação.