David Leal
A gente vai crescendo e vai se esquecendo das coisas importantes da vida, e depois nos lembramos da pior maneira possível e quando já não a mais tempo de reavê-las.
A custo de que?
“Sua” ideologia, seu ponto de vista, suas crenças, seu narcisismo... A custo de que tudo isso está acontecendo? Já parou para observar o que fere toda essa sua forma de pensar, agir e falar? Já começou a observar as consequências do seu ponto de vista? Já começou a observar as falhas das suas crenças e abrir mão do seu narcisismo que te impedem de ver além do espelho? A custo de que toda minha vida está pautada? A custo de que a minha crença foi criada? A custo de que as coisas existem? A CUSTO DE QUE ESTOU SENDO AQUILO QUE NÃO SOU?!
Eu quero amar! Ou melhor, sentir...
Acontece que, por muitos anos estão sendo bloqueado tantos sentimentos aqui dentro. Eu não sei como descrever essas repressão de sentimentos que tanto quer sair, mas não me sinto vivo, não me sinto humano. Me sinto um robô sem sentimentos, sentimentos reais... Assim, é como se tudo que se passa aqui dentro tivesse sido objetivado, ou seja, é como se eles fossem abstratos, não consigo gerir o que gostaria de sentir, transformo os mesmos em objetos inexploráveis.
Com toda essa falta de conhecimento dos próprios sentimentos, acabei construindo obstáculos emocionais, tenho medo de amar, chorar e sentir.
Contudo, hoje tive uma gota de “vida”.
O filme: - “Um limite entre nós” despertou algo que estava aparentemente morto. Uma pequena explosão surgiu, não sabia o que era até começar a tomar conta do meu peito, tentei eliminá-la como de costume, por medo de sentir dor. Mas sem sucesso, foi então que essa explosão foi ganhando tamanho, explorando todo o meu corpo até eu me dar conta de que estava sentindo, sentindo dor e felicidade, as lágrimas desceram e eu não me contive, apreciei cada segundo de lágrimas e emoção que, por muitos anos estavam submersas em uma pessoa frustada emocionalmente.
Estamos cometendo o maior dos pecados, ou melhor, o único pecado existente... Estamos abandonado o próximo devido a ganância humana.