Davi Luís
O Sol é muito além da terra. O Céu é muito alem do inferno. O Mar é muito além que um Rio. Viver é mais que um desafio.
Pensando Alto
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Pensando alto, fico trancado no quarto, observando de longe o quadro, vejo a chuva pela janela; A noite está muito escura... Oh agora como vou me iluminar? Vou fechar meus olhos e sonhar... Sonhar com uma luz, com o vento, com um amor de longo tempo, com o sol me iluminando. Isso apenas mesmo sonhando, pois a chuva não vai cessar e a vela não vai me iluminar, o medo não vai me fazer chorar; Por isso quero apenas sonhar e esperar. E você por quê também não espera sonhando?
A Vergonha da Humanidade
Está chegando a hora... de colocar-me para fora. Sou a nuvem negra, sou peste da meia-noite, sou o sangue derramado no barro, sou o além batendo na porta, gritando altamente nas madrugadas, sou o barulho da fechadura, sou a bota batendo na escada, sou o gelo se derretendo, sou o recém-nascido morrendo, sou o grande dilúvio que leva moradias, sonhos e alegrias. Sou mal, não sei definir-me...
O que me resta é tentar ser um prelúdio, mas será muito difícil anteceder algo bom se gosto de atrocidades. Fui desenganado quase morri afogado na areia da minha ilusão, senti até parar meu coração, quase parou de verdade e a dor não cessou. Já matei e roubei tudo por amor, estou falando a verdade, A Vergonha da Humanidade é isto que eu sou.
Um Grande Sol Amarelo
Um grande Sol amarelo está a brilhar lá fora.
Seu brilho é intenso, nós estamos vivendo e o amor está nascendo. Brilha tanto quanto seus olhos; produz uma melodia como seu pranto e só quem ama entende este canto. Amarelo como uma das cores da bandeira, brilhante como você toda inteira. Bonito como o porto e o teu corpo subindo a ladeira. Oh que olhar tão ardente... Minha pele se arrepia inteira.
O Mestiço
O Mestiço, filho de escrava, filho de senhor;
Fruto da senzala, fruto de um proíbido amor;
Vive como rei, dorme como vassalo, pensa como conde, mas é a penas um escravo.
Sangue do meu Sangue
Escorres pelas minhas veias, És como cantos das sereias;
Força de uma família guerreira, vermelho muito vermelho...
Borbulhas e fazes bater meu coração, me dás toda a razão,
Me encorajas quando digo não, me dás forças nas minhas mãos, Vermelho muito vermelho...
Em comum com meus ancestrais, presentes no meu pai. Banda que mais se expande este é o Sangue do meu Sangue, Vermelho muito vermelho...
A Dama de Branco
Mulher de coragem,
Deusa do campo,
Cheia de amor,
Oh, Dama de Branco.
Grande mulher,
Determinada e comunicativa,
Grande Coração,
Garregou-me em seu manto,
Santa mulher,
Oh, Dama de Branco.
Bonita e Caridosa,
Solidária e Bondosa,
Tem um belo canto,
que acalmo os bichos e acalanta os anjos,
Deusa do Campo,
Oh, Dama de Branco.
A Tempestade
Olho para a janela vejo a chuva,
Olho para o chão vejo água.
Meu Deus que grande tempestade!,
Vejo pessoas saírem,
Fugirem da água.
Pois ela é muito forte,
Rega o Sul e o Norte.
A Ponte cai,
Você nela está,
O povo se preocupa,
Seu filho se põe a chorar.
Chuva maldita,
Levou mais uma vida.
Quando você vai parar?
Jogando no Campo
Meninos com a bola,
Outros no Balanço,
Os pais estão observando-os
Jogando no Campo.
Todos muito felizes,
O Sorriso transparece,
Cada olhar, cada sonho
Ali resplandesce.
Pés pequenos,
Gols mansos...
O Melhor presente para eles é estar
Jogando no Campo.
Eis que surge um ferimento,
Escuta-se um grande pranto.
A criança se machucou...
Jogando no Campo.
Mas eles não param,
Aquilo foi só um susto.
A diversão continua,
Todos dançando um mesmo canto.
Mas mesmo assim ainda estão...
Jogando no Campo.
Eles só querem brincar,
Aproveitar o tempo santo.
Pelo visto querem continuar...
Jogando no Campo.
Como o Fogo
O amor é como o fogo,
Queima e faz arder,
Mesmo sendo em demasia ele não faz doer.
Amar é um desafio,
O Mar dá arrepio.
O Beijo ascende a fornalha,
Olhar-te sem beijar-te é uma grande batalha.
Teus olhos me encantam,
Teus seios me chamam,
Teu corpo me atrai,
Você de mim não sai.
Vejo você passar,
Maravilhoso é te abraçar,
Ter você para sempre
E nunca mais lhe abandonar.
As Meninas do Mar
Bonitas e inteligentes,
Vivas, transparesecentes.
Não se sabe se são meninas ou se são adolescentes.
Perdidas elas estão, perdidas na ilusão.
Na ilusão de um caminho que ainda se está a desencadear...
Descobrir o mistério das meninas do mar.
Nadavam como peixe,
Pulavam como Golfinho.
Não sabem encontrá-las, não sabem o caminho.
Cantavam e gritavam. Falavam pelo ar.
Declamavam vários poemas e viviam a chorar...
Choravam de tristeza, choravam de alegria.
Choravam de noite e choravam de dia.
Suas lágrimas regavam aquela terra que era seca e fruto nenhum produzia.
Hoje voltou a ser seca, uma terra sem alegria.
No mar encontravam a paz, pois não tinham nenhuma moradia.
Vivam a vagar, por água e simpatia.
Todos as odiavam. Oh coitadas daquelas meninas.
No mar nasceram e no mar desapareceram.
Só queriam o bem e procuravam a família.
Eram meninas da água, mocinhas do ar...
Sumiram com o vento e nunca mais serão encontradas as meninas do mar.
A Água do Mar Vermelho é Azul
A água do mar vermelho...
É azul,
É azul...
Azul como...
um beijo gelado
em sua boca.
O céu e o mar...
A fúria louca.
Azul como a cor masculina,
um beijo na sua boca
de Norte a Sul...
E o brilho do farol
dos ventos...
E a força bem maior do tempo
se encontrem em um
só plano,
em um só som.
O Negrinho e o Branco
Negrinho...
Pretinho...
Pobrezinho...
Sem carinho...
Branco...
Alvo...
Neve...
Riquinho...
Com carinho...
Sem caminho...