Dash e Lily (série)
Imagine que você está em Nova York e que é Natal. Aquele mar de pessoas, de possibilidades. E você na esperança de que, em algum lugar da cidade, esteja a pessoa perfeita para você. Basta encontrá-la.
Eu me convenci de que lugar nenhum era pra mim e fiquei esperando que um belo dia tudo mudasse. Mas aí vai uma curiosidade: a palavra “abracadabra” vem da frase árabe “avra kadabra”, que significa “eu crio conforme falo”. Nós criamos nossa própria magia.
É Natal.
Todos cortando pinheiros, montando renas luminosas, entoando canções de alegria e paz.
Queria ter um rio congelado.
Pra sair patinando.
Ma não neva aqui.
Queria ter um rio congelado.
Sou tão difícil de lidar.
Sou egoísta e triste.
Fui embora e perdi a paixão da minha vida.
Queria ter um rio congelado pra sair patinando.
Então é Natal...
Você disse que, quando chove, sempre procura o arco-íris. Mas, às vezes, não tem arco-íris. Daí o que você faz? Toma um banho de chuva e grita.
É a época mais detestável do ano. A alegria falsificada, as multidões bovinas. Os corais que bebem tanto que até esquecem as letras. E, claro, os casais ingênuos que confundem espírito natalino com amor. Também já cometi esse erro. Nunca mais.
Ainda é noite lá fora. Mas aqui o céu é iluminado por constelações. O mundo parece grande, pequeno e todo meu.