Danosa
Era uma flor,
em meio a um jardim de ervas daninhas,
todos a admiravam,
mas não entendiam...
como resistira em um meio tão árduo e ameaçador a sua fragilidade?
...
É que era tão esplêndida, que nem mesmo aquelas ervas
ousavam-lhe causar dano algum.
A ÚLTIMA POESIA
Parecia que estávamos imaginando
não foi nada pré-meditado
mas era como se os nossos corpos percebessem que não mais nos veríamos
Naquela tarde de janeiro, éramos o próprio verão
Sim
O calor consumia nossos corpos e os pensamentos flamejavam
O mais lindo de tudo era os nossos olhos, que faziam transparecer a despedida
os toques estavam mais intensos, o beijo, o desejo em que fazia eu arranhar-te
Era indescritível
Estávamos tão sedentos que mal vimos o anoitecer
para nós, parecia que o tempo estivesse congelado
E foi realmente nesse dia, que nossos corpos escreveram a última poesia
Já não seríamos um...