Danni Alencar
Ele não pode saber que quando penso nele meu coração dispara, fico sem ar e choro. Choro por lembrar do passado, choro por lembrar que já fui feliz… Mas, acima de tudo, ele não pode saber… O quanto eu sinto sua falta.
Tá doendo cada vez mais essa ferida aberta que você deixou aqui quando fechou a porta do seu coração para mim. Preciso de ajuda médica.
Depois de uma viagem de 3 horas, finalmente cheguei em casa. Cansada, sonolenta e ainda machucada por dentro. Parece que quanto mais você tenta fugir dos seus sentimentos mais fortes ele ficam. Mas, de qualquer forma, meu sono me dominava e eu só pensava em duas coisas: banho e cama. E foi exatamente o que eu fiz. Mas não foi tão fácil pegar no sono... Quando eu cai na cama foi como se o mundo tivesse se jogado em minha cabeça. Eu comecei a lembrar do que havia acontecido... Seu rosto veio na minha mente claro e lindo como sempre. Eu não queria mas... chorei. Chorei todas as lágrimas que guardei durante esse fim de semana. Chorei para limpar meu coração. Não sei porque chorei tanto. Eu tinha era que me conformar e me aquietar, mas não consegui. Depois de muito chorar finalmente senti o sono se aproximar. Só que pra minha inquietação retornar foi só me virar pro outro lado e perceber que a secretário eletrônica piscava e gritava por mim. Mas com toda certeza era minha mãe querendo noticias. Ignorei. Cai no sono. Ao acordar já eram 10hrs da manhã. Tinha que ouvir a secretária e dar noticias minhas para minha mãe, viajei sem ela saber e ela deve ter surtado. Peguei o jornal e uma xicara de chá e apertei o botão. Tal foi minha surpresa ao ouvir uma voz conhecida, mas que não era da minha mãe.
- Oi, sou eu. Você não esta mesmo né? - longa pausa- Eu só queria te dizer que... eu sinto muito, eu sou um idiota e não te mereço. Mas eu te amo, tanto que doi em mim a tua dor. Não vou suportar isso nem mais um dia. Adeus, meu amor.
Depois de ouvir a mensagem minha cabeça deu mil voltas e eu só consegui pensar no pior. Peguei a chave do carro e sai correndo em direção da casa dele.
Chegando lá gritei por ele, mas nada ouvi. Subi as escadas com desespero... Olhei os quartos e quando abri a varanda lá estava ele sentado em uma cadeira mas lindo do que nunca cho-ran-do. Isso mesmo chorando. Eu nunca tinha o visto chorar e não acreditei que fosse por mim... mas era.
- Você...
- É tô vivo.
- Mas você...
- Ia me matar?
Balancei a cabeça em sinal positivo.
- Eu ia me matar... mas vi que ia fazer uma burrada enorme.
- É? - perguntei quase sem voz. Minha garganta estava totalmente seca.
- Sabe porque eu não me matei? Por você. Você é parte de mim, se eu me matasse eu estaria te matando também. Eu conseguiria viver sem mim mas não sem você.
Não resisti aquele olhar... O puxei para mim e o abracei com tamanha força que talvez o tenha machucado. Olhamos um nos olhos do outro e ambos pronunciamos as palvras fatais:
- Eu te amo.