Danilo Távora
Folhas da primavera (O tempo para o homem).
São nobres as manhas que tenho em meu pensar A simples estrada pela qual vejo as montanhas
E sobre os trilhos que trazem o trem da manha
No qual não vem a falhar
Trás você para que fique ao meu lado!
O cheiro de café fresco paira o ar...
O barulho das arvores ainda me adormece
E os pássaros cantam desesperadamente
Querendo mostrar o novo dia.
A mente sofre uma mudança
Categoricamente significante, o despertar!
O café já fez efeito e o sono se passa...
O dia ainda cresce para a aventura de um abrir de portas
Na antiga varanda ainda estão às temidas folhas
Caídas de mais uma primavera que se foi
E mesmo assim não as retiro
Contudo, ainda não decifrei se deixam um ar de liberdade ou de envelhecimento...
Procuro cavalgar sobre os campos, pelas cachoeiras agora sei sobre a liberdade...
E atravesso o dia como se o perdesse respeitosamente para o tempo...
Venho procurar à chave que abre o céu
Procurando uma lacuna no tempo
Para poupar-me de seus incansáveis efeitos.
O sol pouco cansado!
Solidariamente não esquece que tem de sorrir em outros cantos.
Na boa varanda venho a sentar
Tomar um bom café e relaxar...
Com o corpo exausto provocado pelos efeitos do tempo
Fico ali e vejo o por de um corajoso e o brilhar de uma companheira...
Ambos que já passaram por todos que me amaram,
Que eu já amei, que amo e que talvez pudesse vir a amar!
Com o ultimo suspiro e uma boa espreguiçada no corpo
Entro e passo pela velha sala...
Apago as velas e ao entrar no quarto me deito
Faço minhas rezas e apanho um descanso oferecido pelo meu vencedor, eu!
Ao novo dia, um velho amigo vem nos sorrir...
O cheiro do café toma os cômodos da casa...
Os pássaros ainda cantam...
E finalmente descobri o que aquelas folhas representavam sobre o tempo...