Danielle Valladares
Encaixe
No teu abraço me enlaço
Sem deixar que nossos corações virem nó
De confusão
Em mente sã
Enrolados como lã.
É perceptível
Aquele encaixe perfeito de corpos
Aquela ligação perfeita de espíritos
Nossos.
Almas quebradas
Refazem-se nesse abraço
Para quê?
Almas não precisam ser faladas.
Amor é masoquista:
Força que dói, mas é bom.
Abraço é luta
Que liberta
Ou não.
Silêncio, batidas
Toque, cheiro
Eu e você
Em nossos leitos.
Ela inspira
Veem calada
Veem séria
Veem jogada
Conhecem com miséria.
Acham que sabem
Que sabem do que veem.
Eles veem com os olhos
Do que o coração está cheio.
Moça de poucos fins e muitos meios
Vivendo, sorrindo
Com esperança de recomeços.
Mesmo amada
Fecha-se a cara
O dia cinza
Sem pensar em nada.
Alma escondida, evita ferida.
Sabe o que sente
Sabe o que quer
Contra a mente
A dele
A própria.
Terá vida
De sutil glória.
Pele bronze
Sorriso branco,
Tenho certeza que nunca a verei em prantos.
Pois é forte.
Só veem o que há nela
Quem vê além.
Não além da morte
Além da sombra que a disfarça.
Vejo além:
No fundo dos olhos
No sincero do sorriso,
A verdade divina
Que lá resguarda.
[Eduarda
Amada.