Daniela Mota
Cuidado quando levar o amor como um conto de fadas. Talvez ele não seja o príncipe que vai descer do seu lindo cavalo disposto a salvá-la e morrer por você, talvez ele nunca tenha sido o príncipe. Talvez ele seja o vilão de toda essa história. Talvez tenha percebido isso tarde demais. E talvez, só talvez o vilão se dê muito mal no final.
Há muitas coisas em minha vida que eu sinto muito. Eu sinto muito por acreditar em meras palavras, que, depois, me arrastaram pro precípicio. Eu sinto muito por conhecer pessoas e acreditar que 10 anos mais tarde, ainda estaríamos rindo juntos e fazendo as mesmas loucuras. Eu sinto muito por ser sincera, mesmo sabendo que ninguém costumava ser sincero comigo. Eu sinto muito por perder noites de sono com alguém que nem se importava comigo. Eu sinto muito por deixar de acreditar nos meus sonhos só porque as pessoas disseram que ele era impossivel. Eu sinto muito por não me dar valor e não gostar do meu reflexo no espelho. Eu sinto muito, sinto muito por mim. Sinto muito por desperdiçar tanto tempo da minha vida colocando toda minha intensidade onde não valia nada e retirando a minha intensidade daquilo que valia tudo.
Recordar só dos momentos bons não é uma coisa comum do ser humano. Sempre um momento ruim pode estragar todos os outros. Não tem? Uma conversa pode ser agradável por uma boa parte de tempo, mas só porque o final dela foi ruim, ela automaticamente se tornou uma conversa desagradável. Isso acontece também com namoros perfeitos que duraram anos, sempre tem um que pergunta: “Como foi o seu namoro com fulano?” “Ah, nem me lembre. Foi horrível.” E quando tomaram sorvete juntos, quando disseram que se amavam, quando jogaram video game?
É como ler um livro de 300 páginas, e só porque as 5 páginas finais não terminaram como você queria o livro todo se torna uma porcaria. Não quero ser mórbida, nem nada… Mas, quando morremos “PUFF”. E aí, sua vida toda deixou de valer a pena porque você morreu no final? Viver é um livro de ação, romance, comédia, aventura em que sempre vamos morrer no final. Não aceita finais? Então foque nas partes que você gostou.
Se a vida é um jogo é preciso aprender a jogar. Todos os dias aprendemos algo que funcionam como as regras desse jogo, cabe a nós decidir se queremos ou não, respeitá-las e segui-las. A cada novo dia surgem novos desafios, cabe a nós, vencê-los ou acumulá-los. O jogo da vida não pode ser jogado sozinho, as outras pessoas também são jogadores e cabe a nós fazermos deles adversários ou companheiros. Se queremos ser bons jogadores, temos que aprender a aceitar perdas e a conviver com possíveis fracassos. Tente controlar seus movimentos, pode frear de vez em quando, vá com calma. Às vezes deixe tudo em pause, pois talvez naquela hora não vá conseguir passar de fase. Não é recomendável o botão de stop, pois não tem volta. Quando estiver pronto, aperta o play, vá em frente. Perdeu? Tenta de novo. O botão de restart é renascer novamente, é como começar o jogo tudo de novo, dessa vez com mais chances de ganhar, com mais chances de vencer. A vida, como o jogo, sempre acaba… Mas, tanto nela, quanto em um jogo, é a forma como agimos que determina a nossa vitória.
Você tira um sorriso meu. Você tira meu ar. Você tira meu tédio. Você tira minha paciência. Você tira minha paz. Você tira meu juizo. Você tira meu sono. Você tira minha sanidade. O irônico é que ao mesmo tempo que você tira, você me dar tudo, só pelo simples fato de existir na minha vida.
Sabe o que eu realmente preciso? Desfocar das pessoas falsas, das ilusões, da tristeza e dos meus problemas pra deixar de ser míope e conseguir enxergar mais além.
Certa vez, me perguntaram se eu era feliz. Bem… Eu não sabia a resposta. Durante segundos eu tentei pensar em uma resposta, e que tal esta: Comparada a quem? Sempre odiei comparações, mas eu precisava de uma referência sobre felicidade. Me comparei à pessoas que perderam alguém da família, pessoas que ficam olhando pra janela, esperando alguém que elas sabem, todo mundo sabe que nunca vai voltar. Me comparei à pessoas que não têm nada pra comer, nenhuma casa, nenhum bem material e enfim cheguei a uma conclusão: Não sou a pessoa mais feliz da Terra, às vezes me bato com a felicidade por aí mas me obrigo a ser cega. A única coisa que me impede mesmo é a minha cegueira que não foi capaz de enchergar os momentos que valeram a pena, aqueles momentos que ficaram escondidos por trás da dor. Talvez eu devesse dar valor a parte que eu gostei, e quando me perguntassem de novo se eu era feliz, eu saberia a resposta.
Odeio me amar menos e te amar mais
Odeio como nossos gostos não são tão iguais
Odeio quando me tira um sorriso
Odeio ainda mais quando brinca comigo
Odeio quando me deixa sem ter o que dizer
Odeio ainda mais quando me inspira a escrever
Odeio as vacas das suas amigas
Odeio muito mais suas amizades coloridas
Odeio perder noites por você
Odeio ainda mais passar 1 dia sem te vê
Odeio quando me faz sorrir sem perceber
Odeio ainda mais te querer
Odeio não te odiar
Odeio ainda mais, nem isso tentar.
Sabia que eu corro pelos caminhos errados da vida sem nenhum rumo? Sabia que eu já cometi milhares de erros e muitas vezes desejei voltar no tempo pra mudá-los? Sabia que eu já chorei enquanto tomava banho pra ninguém ver? Sabia que eu já me descabelei de ciúmes? Sabia que eu fico horas pensando antes de dormir? Sabia que eu sorrio mesmo acabada por dentro? Sabia que a minha irônia é ciúmes? Sabia que eu me arrependo a toda hora por aquele perdão que eu não dei, aquele abraço, aquele beijo… Aquele “Eu te amo”. Sabia que eu já perdi muitas pessoas especiais na minha vida? Sabia que quando eu olho pro espelho eu não gosto do seu reflexo? Sabia que quando eu sinto saudades, eu sinto muitas saudades mesmo?
A única pessoa que sabe disso sou eu, fui eu que passei por isso, fui eu que cair e levantei, fui eu que chorei, que sofri, que sonhei… Você não conhece meu enredo, minha narração, minha história. Então porque insiste em ser o diretor quando nem conhece de verdade a personagem principal?
Você sabe o que é sentir dor? Sabe o que é se sentir fraca e vê tudo desabar ao seu redor? Não conseguir encontrar nenhum motivo pra sorrir e milhares pra chorar? Vê todo mundo ir embora? Se senti sozinha mesmo entre centenas de pessoas? Obrigar suas pernas a te guiarem? Ter vontade de morrer?
Então porque julga as pessoas? Porque as maltrata? Porque as mágoa? É fácil dizer que aconteceu com você não é? Você também pode ter feito isso um dia. Pode ter chamado alguém de gordinha só por brincadeira, ou então magricela, ou de feiosa. Ah, parece motivos banais não parecem? Mas por causa desses motivos banais várias crianças se mataram, se cortaram, torturaram a si, e ao seu corpo.
Se você sabe o que é sofrer, porque continua fazendo com as pessoas? Mesmo sem querer, mesmo por brincadeira, mesmo sem intenção, mesmo de zoação, mesmo de pirraça, mesmo de chateação. Pessoas morrem, pessoas sofrem, pessoas se castigam, se torturam, se machucam. E eu não suporto mais ver isso acontecendo ao meu redor.