Daniel Longhi Canéppele
Sinto no andar tranquilo a areia entre meus dedos.
A água, que por vezes, fria, toca meus pés, não me incomoda.
Seu som, ritmado e sereno acalma e encanta,
Por vezes olho no distante e a imensidão do azul me apresenta sua grandeza.
E me revela a insignificância do que somos.
A brisa que toca minha face me liberta todas as minhas aflições
E a cada vez que respiro, sinto-me inebriado pela paz que reina neste recanto do divino
Ninguém pode me alcançar aqui
Este lugar é meu refúgio secreto
Ninguém me trouxe até aqui, eu vim sozinho
E nesta serenidade imensa não há uma chave para a porta que só se abre para mim
As maravilhas que aqui contemplo, ninguém consegue senti-las e isso eu lamento
Aqui sou onipotente, eterno, etéreo...
Aqui não há doença, mal ou ameaça que possa me alcançar
Aqui sou compreendido, aceito e bem recebido, embora não haja ninguém além de mim mesmo
Não há dia ou noite, nem sol nem chuva, nem frio nem calor sem que meu desejo possa permitir
Não há dor que me acompanhe ou fome que me atormente
Minha existência é o alimento para todo a vida e todo o verde que aqui floresce
E a cada olhar deslumbrado sinto minha pele se arrepiar
E minha alma deitar em nuvens
Este é meu verdadeiro lar
E onde quer que eu vá ele estará sempre comigo
Basta fechar os olhos e entrar