Dandara Penques
A paixão que antes ardia com intensidade, agora é apenas uma chama vacilante, quase apagada pela falta de desejo. A libido, antes um fogo incontrolável, transformou-se em cinzas, consumida pela decepção e pelo medo. A ausência de intimidade física é uma metáfora cruel para a distância emocional que se instalou entre nós.
A vida, outrora cheia de promessas e esperanças, agora é uma sequência interminável de incertezas. A confiança se foi, e o futuro é um enigma doloroso, repleto de perguntas sem respostas. Cada decisão, cada passo adiante, é acompanhado por um medo sufocante de errar, de cair novamente, de sofrer mais uma vez.
Cada lembrança, cada sorriso que um dia compartilhamos, agora é um fantasma assombrando meus pensamentos, sussurrando dúvidas e inseguranças.
No toque que não aquece,
Na palavra que não conforta,
No olhar que não encontra Reflexo,
É a repulsão, fria e distante,
Que habita onde um dia houve amor.
É o silêncio que preenche o espaço,
O eco de palavras não ditas,
O vazio que se instala
Entre gestos que já não se completam.
No fundo, o medo do futuro,
Não é apenas o medo do que está por vir,
Mas o medo de que o presente,
Com todas as suas dores,
Nunca vá embora.