Dan Martinez

Sophia está na beira da praia,
A praia quer enterrar Sophia.
Sophia só quer poder nadar,
Logo Sophia, que é expulsa do mar.
Mas Sophia é insistente e se atirou no oceano sem saber nadar.
Bela Sophia, insistiu tanto que pouco a pouco ganhou o mar.

Eu sou o vento que antecede a tempestade.
Também sou a brisa que soa do mar.
Eu sou o próprio mar.
Que impulsiona o acaso,
Que direciona o veleiro,
Que alimenta os necessitados
E vê a areia como afago.

O medo diminui nossa realidade,
O medo diminui nossa vontade,
O medo diminui nossa vida,
E a última coisa que eu quero,
É parecer menor.

Um louvor aos céus,
Um clamor incompreensível.
Das formidáveis forças de criar,
Apenas o EU, continua a encantar.

Louvores, cantos, sacrifícios
Quanto mais do meu sangue terei que derramar?
Por algo que não me compreende,
E que na verdade nunca soube amar.

Mostra tua face, adolescente!
Engole teu orgulho, jovem!
Viva tua vida, adulto!
Antes que envelheça a tua vitória.

Chore!
Não faça.
Grite!
Não tente.
Sinta!
Não reprima.
Sofra!
E apenas tente quantas vezes precisar.

Às vezes precisamos de um amigo,
Às vezes precisamos de um irmão.
Lutamos desesperadamente por alguém,
Mas que sempre dirão aquilo que tentas ignorar o que já te disse o teu coração.

Campos

Um dia falei sobre sementes,
Um dia falei sobre as estrelas
E o fogo que se encontra entre elas, consumindo-as.
Eu sou um fogo consumido,
Eu sou o consumidor.

Sou um frágil senhor de campos,
Sou um questionável agricultor de sonhos,
Sou um terrível semeador da bondade
Sou um péssimo acampante de desejos,
Um desastroso lavrador da realidade.

Uma abominável peça de um jogo,
Marionete dos destinos alheios,
Entregue a misericórdia divina,
Semeador dos mais belos vales de rancor.

Sou a desesperança,
Sou o infinito clamor,
Dividido em um breve conto de desapego.

Eu sou um senhor,
Um péssimo agricultor,
Tudo o que era meu a chuva levou,
Sou uma eterna estiagem,
Sou tudo aquilo que a seca criou.