Dalmo Gomes.
REI NORDESTINO
De dentro da Terra
Jorro aos poucos quando criança
Com o passar do tempo
Fui andando e fui crescendo
Hoje tenho a responsabilidade
De sustentar a mim e
A milhares de famílias por onde passo
Conheço vários lugares
E os lugares me conhecem
Tem lugar em que eu sou maior
Do que em outro
Mas mesmo assim
Não deixo de ser importante
Porque sou a vida
E sustento vidas!!!
Hoje estou fraco
Devido às maçadas
De algumas pessoas
E aí está a transposição
Para acabar com quem vos fala
Eu sou são Francisco ou Velho Chico
Ao seu dispor
Não sei até quando....
Lírio Perfumado
A flor ao Sol raiar acorda
Quando o Sol bate em suas pétalas
Seu rastro fica luminoso
Tamanha é sua beleza
Ao pôr do Sol,
Ela adormece
Foi em uma noite
De Lua cheia
O vento ao tocar em ti
Trouxe-me o teu perfume
Que me fez lembrar
Do dia em que te vi
Esta flor de pele macia,
Cabelos longos
De boca e olhos atraentes,
Que encantam
Até os olhos
Do luar.
IDAS E VINDAS
Nasci em Boa Vista, Poço Redondo, lugar bonito de se ver.
Com ajuda de alguns amigos que encontrei no meu caminho, só fiz crescer.
Passei por várias culturas onde aprendi, ensinei e tenho muito ainda o que conquistar, mesmo sabendo que vou terminar nas águas do Mar...
Contarei um pouco da minha história de lá pra cá.
Perdoe-me se eu esquecer de algum fato ou lugar.
Não esqueço dos Índios pescando e se banhando
Em uma simplicidade que hoje não há.
Eles me tratavam com zelo e faziam de tudo
Para não me machucar. Aí, sim, que era respeitar.
Com a chegada dos invasores, tudo mudou!
Chegaram influenciando, matando prendendo e desrespeitando a mata ciliar.
Coitados dos Índios que foram dizimados de lá pra cá. Deixa pra lá! Não vamos comentar!
Depois de alguns anos que Dom Pedro aqui passou,
A poluição nas minhas veias acelerou.
Até um avião nas minhas águas deslizou.
Vieram o comércio e as fábricas. Daí sim senhor...
Que a poluição galopou...
Fizeram sobre mim uma bela ponte não posso negar!
Mas não lembraram que eu estou doente
E preciso me tratar.
Por mim não passaram só coisas ruins
Houve muitas alegrias, amores e paixões
Que ainda hoje batem vários corações...
SABEM QUEM EU SOU?
EU SOU A VIDA,
E SUSTENTO VIDAS!!
Sou o Rio Sergipe de muitas idas e vindas
Sofro igual a uma criança jogada ao chão
Mesmo assim, pra você abro.
Os meus braços e o meu coração!
Autor: DALMO GOMES