daiane oliveira

E as lágrimas vêm.
Sem avisar, sem bater na porta...
Quanta deselegância da parte delas.

Hoje percebi que, por mais que eu diga o contrário, vou continuar pensando em você, me preocupando com você...
Ainda que corra o risco de me decepcionar outra e outra vez.

Percebi que não quero me prender aos seus sentimentos, nem mesmo à falta deles.

São as coisas simples da vida, as bem simples mesmo, que me fazem dormir e acordar com um sorriso nos lábios.

Eu me entrego até nas menores coisas.
Aliás, por causa delas.

Os sentimentos eu sei.
Me faltam as palavras.

Não há remédio para o que sinto agora.
Ao menos não desses que vêm em cartelas ou vidrinhos!
Coisa mais sem graça é essa história de nos remediar com essas droguinhas disfarçadas.
Pra mim, uma conversa sincera, um sorriso largo, um olhar profundo e um abraço forte curam toda e qualquer enfermidade

Isso é que é amor: te espero sem você pedir e sem ao menos saber se você volta.

Meus lábios esperam, ansiosamente, o momento de encontrar os seus.

Quando você não está perto, sempre penso. E o meu pensar vem sombrio, doloroso, preto e branco... Como se restasse apenas isso de você.
Então, percebo que nunca está perto; e quando está, é presença forçada, que vem calada, sem o seu consentimento e para minha aflição.

Só queria que entendesse...
Que não fosse preciso escrever o que já foi dito no silêncio do meu querer.

Sua ausência me causa um vazio que eu desconhecia a existência.

Escrever é o que mais me liberta, mais me inspira, mais me anima e mais me realiza. Escrevo, não por fama ou reconhecimento. Escrevo por satisfação, por necessidade. Escrevo pra me sentir completa, pra me sentir feliz.

Achei incrível.
Porque há muito isso não acontecia.
Mas, hoje, senti falta de alguém para segurar minha mão.

Me desculpe se eu não disse nada e, ainda assim, pedi demais.

A solidão me chateia, me magoa, me abala.
Mas também me inspira, instiga e alimenta.
Não se preocupe. Eu também não entendo.

Coloquei meus sentimentos no forno.
180ºC.
Coloquei e saí.
Quando voltar, espero que já tenham queimado.
E que a fumaça já tenha ido também.

Eu sei que você vai acabar percebendo que sou sua melhor opção.
Justamente porque sou a mais inesperada delas.

Por mais incrível que parecesse, não conseguiu pronunciar uma palavra sequer. Esteve todo aquele tempo à espera e agora, parado à minha frente, nada saia daqueles doces lábios. Os olhos brilhavam, as mãos tremiam e o perfume das rosas trazidas, agora caídas ao chão, era o que prevalecia. Ainda assim, uma certeza eu tinha: aquele momento era único e me lembraria da cena por anos a fio.

Por mais que a gente queira, certas coisas não foram feitas para serem esquecidas. Elas irão permanecer ali: ocupando aquele cantinho, no fundo do coração. Bem lá atrás mesmo.
Hora ou outra, daremo-nos conta de que, ainda que o espaço ocupado seja mínimo, é o espaço delas. Nada as tirará dali.
Nem nós mesmos. Ainda que insistamos.

O problema é toda essa carência.
Ah, carência...
Palavrinha triste, não?

Àqueles que por mim possuem qualquer tipo de apreço, quero deixar claro que, ainda que não esteja tão bem quanto gostaria, vou continuar. Dar a volta por cima, sabem? Ficarei bem. Quanto aos outros, infelizmente para vocês, estou bem. Obrigada.

Sei lá...
Mas, vez enquando, essa tal liberdade cansa.

As coisas até têm que acontecer.
Mas não assim.
Não bagunçado.
Com clareza, com saudade.

Você volta e me sinto forçada a admitir a verdade:
NÃO, não está tudo bem.