Daia Sana
Quando a vida fora transformada
Pôs-se bem no meu colo teu “cheirim”
um perfume com aroma de café
de ternura que colore o meu jardim
Um jardim quase antes um cerrado
De mansinho o vento trouxe a semente
Quando havia nem ao menos esperado
O seu choro de menina, ri contente
Em um ninho tão vazio tu chegaste
Preciosa joia rara como ouro
Berço com nuvens e céu estrelado
Aconcheguei com abraços meu tesouro.
(SANA, Daia. Meu Tesouro. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 116).
Lá detrás daquela serra
passa boi, passa boiada
Voam pássaros cantando
E brinca a molecada
Era muita criançada
Tinha muita confusão
Mas com abraço se resolvia
O fraterno laço de irmão
O tempo foi passando
E o destino foi selado
Seguimos nossos caminhos
Juntos de cada lado
Há coisas que acontecem
E não sabemos o porquê
Alguns partiram cedo
E não soubemos o que fazer
A tristeza tomou conta
Partiu nossos corações
Deus, Ser Onipotente
nos fortaleceu em orações
No peito ficaram guardadas
As alegrias e as lembranças
Que estão vivas na memória
Sem perder a esperança.
O silêncio ancoradouro de mais amar
(SANA, Daia. Irmandade. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 114).