Cristina Milanni
Orações Profanas
Essa estranha alma cheia de Mistérios.
Disfarçada de uma melancólica poesia;
Vertente de uma enegrecida Quimera
Traduz em sua sina, dor de puerpério.
Sonhos obscenos, sutis e estranhos,
Onde, habitam reinos e Santuários
Minha gótica poesia sem arranjos;
Perdurarão em versos Eternamente.
Vozes em prece de Orações Profanas;
Vingam o Verbo, maculando a Carne,
Bebe do vinho de sangue, sacia a Gana.
Tenho perguntas não respondidas,
Traduzidas pela língua dos Anjos...
Nas estrofes humanas, são confundidas.
Transpondo meus sentimentos nesses versos...
Tão incertos, porém...
Tão seus, sendo assim:
Mas do que meus...
o que nos torna humanos
nem sempre nos faz ser melhores
do mesmo amor que nasce a vida
transforma no ódio que a destrói
somos feitos de ais
nem sempre de sóis
temos uma força na inércia
esperando as asas se curarem
só assim alçaremos num vôo
para fora de nós mesmos
sou o reflexo de palavras submersas por dentro de mim
elas saem da minha mente para o papel
a cada verso traçado, a minha alma suspira, respira, se acalma...
nascem de mim, fazem parte de mim
são filhos transportando o meu DNA em forma de poesia
Há prazeres simples que levam à orgasmos épicos
Assim como há desejos intensos que nunca serão supridos totalmente
Porque somos exigentes, damos pouco e queremos muito
Esquecendo que o êxtase de ter contentamento dentro de outro corpo
É entregando o teu para a única satisfação do outro
O egoísmo não é bem vindo na hora de dividir o prazer
A mercê dele, feito uma página em branco;
Sendo tocada com a destreza de um poeta que sabe muito bem o que faz.
As suas mãos vão tecendo versos sobre o meu corpo, um livro aberto sendo preenchido.
Em cada letra, em cada curva que desenha em minha pele... Teus lábios repousam nos meus devagar e deixam ali todo o pesar, todas as dores do mundo. Olhar nos teus olhos é como viver a vida em toda sua plenitude em apenas alguns segundos. Na volúpia dos traçados da caneta, no silêncio que ecoa no ambiente.
Enquanto a minha alma sussurra, meu eu lírico estremece, deitada aqui te imagino de mil maneiras diferentes. No meu pensamento... Ele nem pensa duas vezes, mergulha entre os epílogos das minhas páginas abertas, mas logo o transformo em poesia pra te ler e reler. Tenho todos os teus detalhes em mim, gravados na minha pele, na minha alma. Eu amo o universo que tu és, infinito como o que há aqui dentro de mim. Estás sobre o meu corpo como tatuagem marcado, em cada pedacinho tem tuas digitais gravadas... Quero deitar-me por alguns instantes nos teus braços e respirar o ar puro do seu hálito. Embrenhar-me em teus contornos e sucumbir nos teus lábios doces e felinos.
Eu sou só uma alma perdida perambulando
em teus labirintos, quando quiseres entrar...
Esteja atento ao absurdo dos meus olhos a luz que o fogo de ti rouba. Esteja certo dos meus exageros, irei te consumir em pequenos tragos pra dentro de mim.
Ao versejar os teus desejos por mim
Não seja comedido nas palavras
Imagine o toque das minhas mãos
Massageando o teu ego rígido
À ponto de explodir na minha cara
Todos versos íntimos segredados
Mostrando-me o teu eu lírico