Crislambrecht
Meus pés afundam na areia
Talvez por causa do peso
Não das correntes
Nem dos cadeados
Nem das chaves
E sim, pelo que está preso à mim
"Todo mundo tem uma ou duas coisas ruins em seu passado."
Por mais que não possamos enterra-las completamente
Podemos esquece-las temporariamente com atos prazerosos
Duas pessoas são mais fortes que uma
Não peço que seja comigo mas encontre alguém para ama-la.
Maldição
Maldito sejas o destino
e o tempo
Maldita seja a saudade
que não se pode matar
Malditas lembranças
que não se pode mais compartilhar
Malditos sejam os sonhos
que se tornaram impossíveis
Maldita seja a morte
que leva
Maldita seja a vida
que deixa
Reclusado em meu quarto
Abrigado pelo anonimato
Divagando noite à dentro
Percebendo a ora de jazer.
Acalentar-me-ei logo
Pois o despertar será inevitável
E a fadiga deve ser extinguida.
Precioso e singelo
Tomado por inimigos
Sofrendo sem porque.
Apenas o remédio não sana
O amor de quem aplica também é forçoso.
A inocência é valiosa
Assim como o puro amor, que à acompanha.
A arte da interpretação fica mais artística quando se interpretua do seu próprio jeito. Por enquanto interpretuo as sombras aqui na caverna, sabendo que elas não são só o que parecem ser.
Um dia desses eu fujo daqui, vou morar no alto de uma montanha
Longe de tudo e de todos, e perto de tudo que eu mais desejar
Sozinho com as companhias perfeitas
Longe de crenças, junto aos deuses
Na imperfeita perfeição
Curtindo o barulho do silencio
O calor do frio noturno
A chuva, pegarei as primeiras gotas
Observarei as luzes dos discos voadores
De Nyx aproveitarei o bom
Para Erebus deixarei o respeito, pedindo paz
Vivendo em paz próximo à casa de Hipnos
Em direção ao sono
ou não
mas eu sei que vou encontrá-lo
ou vice versa?
cabeça, me deixe em paz!
Saia, mas me deixe aqui
Descansando
Santas noites na santa paz da anarquia
Um violão e destilados, cigarros e uma singela anarquia
Santa santa
Na santa, a santa paz
E que esses tempos descansem em paz
Todos iguais
Não conheço ninguém
Todos sumiram
Só vejo alguém
Alguém que eu conheço
Mas conheço toda essa multidão
Ouço todos, um por um
Alguns parecem amigáveis
Mas eu não confio em ninguém
E alguém quer me matar
Assim como você também.
Ó meu ben, você demorou
ó meu ben, tomei mais uma dose
ó meu ben, perdi a consciência
ó meu ben, fomos pra tão longe
ó meu ben, o tempo pra nós foi longo
ó meu ben, sempre lembrarei da gente.
Muita gente não se importa mais com as coisas importantes...aquelas que nos importava quando tínhamos 6 ou 7 anos
Após uma morte terrivelmente agoniante
Carbonizado
Ele se desprende de sua embalagem
Cremada
Olha para trás e vê outros como ele
O Cemitério
Ainda sente a dor e a ardência
Do Fogo
Procura por algo que faça amenizar
A Dor
Água corre pelo chão entre as tumbas
No Cemitério
Ele vai queimar eternamente...
Vou à casa dele do mesmo jeito de sempre
Me encosto na porta com o mesmo sorriso de sempre
Só não faço a mesma pergunta de sempre
Pois a resposta eu já tenho
E será a mesma
Para sempre
Ele voltou
Diferente do que era
Veio como pintam-o
Sofreu nos dias de hoje
Foi seguido e criticado
Quiseram matá-lo
Ele não compreendia o mundo
Ele tirou a própria vida
Deixando sua imagem para as próximas gerações
Indo morar com seus amigos
Não voltou pra casa
Não voltará
Nunca
Da janela o ônibus vejo as pessoas
vejo-as como árvores
Enraizadas
em suas cidades
seus empregos
famílias
Sempre vou melhor na contramão, posso ver a cara dos certos, encará-los, insultá-los e desviar deles no último segundo