Cora Fürer
Quando fico sem escrever por muito tempo,minha mente mergulha na piscina da preguiça,e eu fico lenta e louca para jogar umas poucas palavras para fora.
Já tentei explicar o que sou,só não consegui porque ainda não inventaram o adjetivo para mim.Só espero que ele surja antes de minha morte,pois no túmulo só há silêncio.
Não sou como todo mundo.Gosto de reparar o feio assim como reparo o belo.E gosto mesmo e muito mais do feio,ele é um mundo a ser corrigido,redesenhado,pintado e decorado e o belo não,ele já está feito,e é tão difícil fazer reforma,o risco de errar é muito grande.
Quando eu falar que amo,é porque amo demais; quando eu falar que odeio,é porque não simpatizo.Sou assim,demoro a meter alguém no coração e para soltar,basta um adjetivo.Não tenho a habilidade de amar a todos, mas tenho o dever de afastar da minha vida quem não me faz bem.
Quando é cinza,eu falo.Quando é branco,eu sorrio .E se vier a vontade chorar,eu choro em qualquer lugar e a qualquer hora.