Clóvis Constantino
O lugar do meu amor é sagrado,
aconchegante, não há distâncias,
tudo é perfeito e escandaloso.
O lugar do meu amor não tem paisagem,
tem sensações, onde arvores são amores
e flores são paixões.
O lugar do meu amor tem uma fenda no tempo,
onde tudo é para sempre, durante horas,
até terminar e recomeçar novamente.
Amor, eu te quero tanto bem, e só um bem a vida me deu,
Se me quiseres amor, assim, o quanto eu te quero,
verás no meu querer , o quanto eu quero de ti amor.
Ó vento! Parecia-te tão calmo! Da-te pressa em ir embora.
Como pôde esmigalhar os afetos? Como pode ser tão forte! Vejo as flores despedaçando, vejo as lembranças se confundindo bagunçadas pelo vento. A morte é uma brisa suave! Voe... voe esperança empuciona-te, na força do vento, suba além das nuvens, traga de lá o alento. A morte é uma brisa suave! Como pôde esmigalhar os afetos! Como pode ser tão forte! Voa esperança, traga de lá o alento.
Como és bela ó encantada
Untuosa, iluminada.
A beleza de tua alma
É pura, clara e anunciada
Dos meus olhos, fascinada
Deste fim a um dilema
Gostar, amar, ou este poema
Mas és linda e como nunca
Não me foi por desventura
Nem ensejos de lamuria
E nem na ponta de uma pluma
Explicar com tal lisura
Pra que tanta formosura.
Faz-me sentir, majestosa.
O cálido brilho de teu ser.
Noites em êxtase flutuante.
Enternecida brancura, fascinante.
Fostes minha por um tempo
Radiante e melancólica.
Faz-me sentir exuberante.
Nas entranhas da tua noite.
Luz pálida e terna
Refletem a brandura do teu ser.
Meu carinho tem cara pretinha.
Pretinha que chega a brilhar.
Meu carinho tem um gosto vermelho
Um cheiro docinho que me faz babar.
Meu carinho só fala mansinho
Tem olho e tem boca e só sabe beijar.