Cleópatra Melo

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Quando o pensamento se encontra sibilante, adormeço, a mente cansa

Há um tinteiro de lágrimas à cada pena que chora em pautas

Não me importo se raízes não me permitem destoar de estátuas

O vôo do ser ocorre na leveza da mansidão

Me permito ser lua. Ora riso frouxo ora Monalisa e em outras, por vezes, nem a face é refletida.

IMPERFEITAMENTE

Sem explicações
Tudo mudou
Até a chuva, pranto meu
É feliz de amor

Nas minhas contemplações
Visito momentos teus
Tudo adivinhação
Daquilo que não tenho a mínima noção

Fico observando bem quietinha
Pra nada interferir
Não é sacrifício nenhum
Ser nobre por ti

Seja uma fantástica idealização,
Quimera,
Falácia da projeção
Não importa

Quando a saudade aperta
Leio em silêncio
Pro tempo escutar

Tempo não perca seu tempo,
o meu amor não será esquecido,
é único e verdadeiro
me faz inteira e capaz
de amar aos pedaços,
os amores
que me são permitidos

Da frustração do tempo,
envelhecemos pedindo
que o amor nos espere

Da frustração do tempo, envelhecemos pedindo que o amor nos espere.

Pés no chão para sobreviver, asas da imaginação à poesia que nos faz viver.

Na vida, escolhi ter paz. No amor, optei pela poesia. Por fim, a alma decidiu serenar.

Ouço o silêncio bater a minha porta...
Na verdade estou sentindo...
O pulsar do meu coração.
Por favor, entre!

Enquanto as pessoas se preocupam
em conceituar liberdade,
esquecem de exerce-lá

Tua permanência é uma incógnita,
Que cansa o coração,
Frustra o desejo,
Reage em rebeldia sentida.
É possível que não exista
Tal cena
Assim como a razão
Perdeu o uso das palavras

Amantes são verdades, e suas vidas ditas em verdade são teatro.

Há domingos que coincidem com domingos
Que devem ser guardados,
Sagrados...por vezes, nulos
De generosidades
Acontece...talvez seja a plena generosidade

Amar é um qualquer coisa de grandeza do sentir sem explicação, sem códigos de exata tradução.

Inteligência é afrodisíaco que mantém lascividade a flor da pele em arrepios úmidos

UMA VERSÃO

Ah!
Essa tua entrega
Desinteressada cravada de interesse
Da cegueira consciente que te propões
Das perguntas que fazes
Sem respostas com respostas sim

Mais que o mundo
Sabes quem é melhor

É esse melhor,
Esse exagero de ar
Que te fascina
Te faz parar e na observancia
namorar apaixonado,
O que te é quase intocável

Na intensidade de tua bondade,
Envergonha-te,

Te voltas para a herança da pequenez
Entende-te mesquinho e egoista
Deixas multiplicar os olhares fétidos
Porque só assim
Consegues o aço da prisão

Retens tua prenda
Que morre
Porém, não corta
O cordão umbilical
Da semente forjada

O movimento não nos permite ser plateia, só a reflexão sobre ele, quando passado.

Quando um coração limpo desiste, não sei mais o que pode ser feito.

Bem vinda sejas,
nunvem cortina
de céu nublado, por ti,
no papel pautado
há prenúncio de linhas e entrelinhas,
paradoxal regozijo da poesia.

Céu sorrindo
São estrelas cadentes
Aguardando pedido
De amor vívido

Poesia
são nuvens que moldamos
com escritos do imaginário.

A projeção no céu
em sol ou lua

ora inocente ora o que
a gente sente.

Se a confissão fosse desnecessária, não seria um instituto da verdade

⁠Poesia minha, o tanto que pra ti escrevi, queria te declamar, ver-te sorrir.

⁠A simplicidade te faz enxergar a lógica do amor; uma forma que o destino encontrou de complicar a vida com brilho no olhar.