Clebson Trajano
Cor de Rosa (2010)
Eita amor que deixa tudo da cor de Rosa
É saudade, distante e danada
Que pinta o sertão de rosa, da cor de Rosa
Esse chão rachado de sol são traços de pintura barroca
E as plantas queimadas têm cheiro, cheiro de Rosa
Essa sede em boca de seca
É sede de beijo, dos beijos de Rosa
Enquanto você descansa minhas lágrimas regam o caminho
O caminho por onde você passou e não volta minha Rosa
Só peço a Deus que até de mandar água pro sertão esqueça
Só não me deixe esquecer e esse sertão perder, a cor de Rosa.
Todo humano tem uma pipa enganchada em uma antena. Alguns têm coragem de se arriscar, balançar a antena com uma vara até ela soltar. Alguns olham e deixam-na lá, presa. Alguns esperam que um dia o vento nosso de cada dia, sabido como só ele é, solte e leve a pipa pra distante. Outros alguns deixam a ceda rasgar e perder toda cor e continuar presa na antena para sempre
No topo dos metais urbanos que arranham o céu. Entre os cinzentos círculos de poluição onde o sol fermenta as moléculas que passeiam pelo ar. Acima das janelas que aprisionam o antrax da corrupção humana. O Homem-Aranha lê os classificados...
Reza uma antiga lenda que nos vasos de barro se guardavam coisas de grande valor, como o ouro e a prata. Um dia uma menina que nada de valor tinha colocou no vaso a sua coisa de maior valor, o amor. Um dia a menina cresceu do vaso esqueceu, o vaso se rompeu e o amor do vaso fugiu.
Quando um dia a epifania bater sua porta e lhe revelar a plenitude da vida ou o interior de algo que lhe aprisiona ou lhe deixa livre, escreva um conto, uma poesia, um romance. Prenda-a no cárcere da razão