Claudio Edemur Pereira - 24.05.2016

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Te Intriga nosso silêncio, irmão?
Não concorda com nosso segredo?.
Já construíste seu templo no coração?
És um real obreiro sem medo?

Quando nele te recolhes, o que mais importa?.
Talvez lá encontre nas chamas de lareira
Pedaços de alguma lembranças já morta
Alimentando as brasas da fogueira


Se são coisas mundanas. Ignora-as.
Sabes bem que para lá delas,
aquilo a que chamas de tempo
e que usas para medir silêncios,
não existe! Somente são como caravelas
Vem e vão ao sabor do vento.

Pelas regras da matéria e não do Espírito,
o silêncio pode ser um curto e surdo intervalo
Que habita entre duas batidas do coração.
No teu, ele é dificilmente perceptível, um estalo.
No meu será dolorosamente infinito.

Agora, se para ti o tempo não existe,
porque te há de intrigar o silêncio?
Não vale a pena, não é triste
Conhecer-te a si mesmo?

E se me disseres o que vi em ti,
Glórias, prestigio, honrarias sem fim?
Direi que sem erro o que vi...
Foi aquilo que faltava em mim.

Claudio – 24/05;2016

Inserida por cledpe