cláudio Ayres
Palavras que mudam nem sempre mudam. Trapaças das orações, dos pontos e das vírgulas.
E falam todo dia de compaixão; e falam todo dia de liberdade, mas sabemos o que é bom, quando pedimos por nós mesmos. De certa forma uma boa ação.
"A escolha é um privilegio!"
E falando assim parece fácil.
Quem corre pela noite concorre com o dia e assim os vários lados de um sacrilégio.
E tudo tem, de coração aberto, um sentimento de solidão.
Evoluir dos "nãos" da escuridão de não saber voar. Da imperfeição de não saber sentir... A não ser, o que se pode sentir por nós mesmos.
E essa manhã eu acordei assim, duvidando um pouco mais de mim.
Se todos tem suas próprias razões... Mente forte pra tantos corações.
"Que se chorar, e vai chorar, “porque a vida é assim”;
Que os prantos não matem, reguem às sementes dos sonhos; que nasçam fortes as raízes, desenvolvam-se os contos.
E se minhas palavras são fracas a medida dos sentimentos, eu tento até o fim, negar essa fraqueza e dar força de presença, nestas coisas que te escrevi.".
Alem do que se ver, bem alem de um desconhecido, são as verdades que nos tomam como virtudes.
Nem sempre e fácil está com braços estendidos, com um sorriso e olhos amaveis frente a decepção.
Sem nem uma novidade inocente, uma mente infantil; E a justiça aqui omiça... ou será preguiça de nossa voz que calou?
E é quando tudo falta que tudo se desfaz.
Mas, "faz de conta" nunca faz nada pelo amor.
E é quando tudo se esvai...
Vai descendo a ladeira o pensamento;
Subindo a ladeira a razão.
Sonhar cansa;
Quanto cansaço minha flor.
E é quando tudo falta;
É que faz falta o amor.
Diálogo Íntimo
Anda, o caminho é longo e o tempo curto.
Gira, como espiral, como lembrança e esperança... Acho que as vi!
Ambas giram (também), uma cheia de mim, a outra, em busca do que nem sei que sou.
“Anda...” tem coragem, vontade e amanhecer, mas, despeça-se rápido. Não há tempo pra luto!
Anda, não conhece a poesia?
Então te conte, em verso, o que você não sabia e mais nada, e chore logo, também não há tempo pra dor!
Compre outra chance de ser perecível, e compre com o coração. Pois, quem há de perecer?
Anda, antes que o tempo mova-se. E mova-se sem você, porque não temos tempo, o tempo é que nos tem... Possessivamente, como o poeta tem a poesia e a poesia, ao poeta.
Corre na madrugada, traia logo a si mesmo no primeiro cantar, com sua imensa capacidade de ser, seu mais nobre inimigo.
Anda! Vai!
Porque olha pro chão, não sabia voar?
Não se gabou desse seu talento de louco?
Anda, tenho muita presa de chegar a mim. Mas não tenha medo, sou teu espelho e você, espelho de mim.
Anda, o caminho é longo, o tempo curto e a poesia, cheia de fins.
O extremismo tem a ingenuidade de uma birra infantil,
Assim se formam as guerras santas.
... Ou seriam sádicas?
Teu desperdício o meu coração
Tais são os vícios, meu riso e visão.
Doar um pouco da imagem,
A margem das coisas que se confundiram.
E nada é tão pleno, mas sempre é tão bom,
Insidiosa moldura de um frisson.
E vem chegando os confrontos, os contornos, as contravenções.
Olá noite serena, olá antigos tons,
Volto pra dizer “até mais”
Eu te encontro dormindo em paz.
Se vier às horas, tudo ainda pode mudar
Estou aqui e ainda aqui pro que vier
Não é simples, nem pode ser,
A complexidade de viver.
A morte te cerca por todos os lados,
A vida te mede com os traços,
Dos passos que você marcou no chão.
Não quero te magoar, mas tenho horas de crueldade.
Se mesmo sábios têm dias ingenuos, sou de todo aprendiz.
E não é que não goste de você,
É que errar é a malandragem dos acertos e o preceito dos fins.
De longe é fácil calcular o caminho
Não me condene pelo que você quer.
Ninguém pode evoluir sozinho,
Mas sou o que sou como você é o que é.
As coisas tão simples de falar,
Podem ser as mais difíceis de aprender.
Mal interpretado, interprete do mal ditado.
A circunstância da conveniência do que é facilitado.
De longe é fácil calcular o caminho
Não me condene pelo que você quer.
Ninguém pode evoluir sozinho,
Mas sou o que sou como você é o que é.
Um sorriso, mesmo quando tudo está caído,
Mesmo se as flores se distraem e se perdem pelo tempo.
Um sorriso pra dizer, que é mais um outono que surgiu de repente na manhã.
E sentado ver o azul, de outro céu que misturou a lembrança e o esperar.
Um sorriso me defenda na manhã, em que a vida trouxer um caminho tão antigo.
E ao olhar para trás, não pareça que rompeu a coragem de um menino.
Aprenda da dor mais da fé, um pouco mais seguir e um tanto mais sorrir.
Um sorriso, pra quando adormecer, pensando que nada mais é dor.
Um sorriso, mesmo quando o coração quebrar e um pouco me distrair e uma lágrima tombar.
Um sorriso pra te dar madrugada destes bens, que tranquei em meu riso e enfeitei a esperança de um pouco mais... sorrir
Vamos vagar de vagar,
Felicidade é um feito nobre.
Pobre das almas que caíram assim,
Comprando assas de um novo estoque.
É tão circunstancial,
O modelo que cativa o mal.
Ouro, um coração ferido...
Flores contra o metal
A poesia não é estática,
Dança, sorriso e lágrima.
Dia e visão, sopra vento, constelação.
Senso e sonho, mar revolto, laços de mão,
Súplica e reza, muda ou falada, caça-palavras coração.
Não interessa o método ou a métrica, nem as formas das coisas informais.
O poeta se cansa, mas a poesia jamais.
Só um pensamento bom.
No silencio desta falta, tua presença mais vívida.
Nada a dizer, máxima dita.
Ainda é bom ter algo de você em mim.
Ainda que esta lágrima perdida, achada, ainda, nas páginas antigas de uma dor.
E quem diria amor, quero que fique: um tato; um beijo; um adeus; uma flor.
O ultimo ato da noite sentida diz:
Tua certeza meu amor!
Se eu deixasse o amor, eu não teria estes olhos vermelhos e olhar perdido no nada, tentando encontrar no céu escuro um caprichoso brilho de lua, escondido atrás de nuvens que passam com pressa... Com que destino elas marcaram encontro?
É esta também a pressa dos apaixonados?
Se eu deixasse o amor, não contaria tanto com os sonhos que nascem das duvidas e se enraízam nos terrenos da fé, sem medida e sem razão.
Tomaria banhos de lucidez, na aurora dos pensamentos, estes que se desvia, depois que esta fera sentimental nos afronta com delicada perspicácia.
Se eu deixasse o amor, rasgaria os versos de solidão dos dias de procura, sem preocupação, lamento ou temor.
Faria de meus medos um motivo pra dizer "não" a esta coragem que o amor traz em suas armações, que nos faz caminhar de peito aberto em rumo ao risco. Como se não houvesse um pingo de apreço por si mesmo.
Se eu deixasse o amor, talvez não precisasse dizer “eu te amo” e me sentir tão só.
Se eu deixasse o amor... Talvez o amor me deixasse ir em paz, em direção a total desmotivação pela vida.
... Se eu deixasse o amor.
Qual o sentido de um coração sentido, sem palavras e sem artifícios?
Na paixão e na dor, tudo adormece ao se acostumar.
Sorrisos pra mentir, meu dom de mortal, o tempo uma expressão letal.
E o que é fé além do que não se ver?
A alma sabe mais de coração e este dia fica humano.
Não lembro bem o teu olhar, mas lembro o que sentir.
Eu nem esperava mais você... Mas sei que esteve aqui.
E como febre, vem à dor de amor,
Não como humano sente ferir, mas como a alma sente chorar.
Um dia de paz, parece distante...
Sempre houve guerra em meu lar.
Quem se debruçou na clareza de um olhar, nunca esquece a constelação.
E há quem reconheça no sangue, a melhor forma de amar.
Tentar sorrir da dor pra que o céu pareça real,
E cansado de fingir, vem à brisa matinal
Não lembro bem o teu olhar, mas lembro o que sentir.
Eu nem esperava mais você... Mas sei que esteve aqui