Claudia Lucas
Tu eras, és, a lição que eu pensava já ter aprendido.
Mas o tempo está a dar cabo de mim, as lembranças estão a consumir-me por dentro, restando tão pouco de mim.
Talvez as palavras, opostas as que diariamente usávamos, possam destruir o brilho que ainda vejo nos teus olhos, quando nos olhamos. Faz com que tudo se destrua duma só vez.
Já que só nos encontramos agora, já com o coração viciado e com uma imagem pouco nítida do que é a felicidade, apesar de saber que a encontras longe de mim, eu não estou a conseguir, não estou a conseguir focar-me no presente.
Nesta altura já encontrei vários escapes para o meu pensamento ter descanso de ti, noutras perco-me. Há dias em que deixo que permaneças, deixo-te vivo dentro de mim para me sentir realizada. Admito que até há dias em que penso não te deixar ir embora, insisto naquele amor que eu colori, aí todas as partes do meu corpo pedem para eu não baixar já os braços, que o destino assim quer que seja agora.
Mas não posso, não posso continuar a insistir, em algo que eu no fundo sei, sempre soube, que não ia ter futuro. Queria-te ter encontrado numa outra vida, num outro tempo, onde não precisássemos de temer o nosso futuro.
Mas no fundo, ainda espero, em SEGREDO...