Claudia Almeida Sousa
Fruto do pensamento e ação humana a sociedade evoluiu do preto e branco para uma multiplicidade de cores que a tornou mais exigente e complexa. Em termos matemáticos foi como que passar da dimensão natural e inteira (N e Z) para o universo dos números reais e complexos (R e C) impondo um corre-corre real e virtual a diversos níveis e exigindo a sua necessária adaptação. Esta evolução espelha o próprio ciclo de vida do homem, sendo que curiosamente na vivência das coisas simples o ser humano anseia maior complexidade na sua vida e perante a teia complexa que vivencia só aspira mesmo pelas coisas simples que a vida tem para oferecer. E assim é a natureza humana…
E por isso há tanto encontro e desencontro nesta dinâmica que é a vida!
Entre a certeza que foi um passado…resta-nos o rescaldo
E ao dependuro reside um futuro
Vale-nos então o presente
Que infelizmente…e não raramente
Entre o pé esquerdo preso no passado
E o pé direito apenso ao futuro
O mais importante (e que é o presente)
É visto tão somente…como peça sobressalente
E no entremeio…
Onde se vive…verdadeiramente?
O que se controla...efetivamente?
Exigir dos Outros
Exigir dos outros é como que forçar uma camisa S a encaixar num corpo XL. Não assenta...vai romper pois cada qual tem o seu percurso a fazer, o seu tempo, o seu espaço...
Exigir de nós mesmos é como que escolher minuciosamente as roupas que colocamos no nosso roupeiro. As que encaixam como uma luva, as que têm potencial (e por isso desejamos manter) e as que devemos encostar pois já não nos servem mais.
Desta forma não há como dizer que andamos com uma roupa que não nos assenta pois fomos nós que a escolhemos e não ela a nós.
Esta seleção tem a ver com identificação e bem estar e não com defeito na peça porque quem somos nós para julgar quem quer que seja...deveremos também ser roupa que não assenta a muita gente (e há que ter essa humildade presente em nós).
Daí que o nosso grau de liberdade e felicidade é diretamente proporcional à exigência em relação a nós mesmos e inversamente proporcional à nossa exigência em relação aos outros.
DO QUE A PALAVRA ANSEIA
Com o silêncio me comprometo
E da palavra me despeço
Quando da dança das letras sai a mentira
Do encaixe das frases, a hipocrisia
E do som da voz, a ofensa a um outro.
Maldades e falsidades no mundo sobeja.
Daí que, portanto, assim e por fim
É pelo que escasseia
Que a palavra anseia.
Ser rio
Perfeito perfeito não existe
Senão no encaixe perfeito das imperfeições de Ser.
Liberdade liberdade não existe
senão no livre Ser rio que segue
o seu curso...
E permite-se ser.
AUTOESTIMA
Autoestima? Para mim é essa maravilhosa força que vem de dentro e que se projeta não como os outros a expectam mas exatamente como tu, livremente, a desejas manifestar... perfeitas imperfeições de quem se aceita e assume tal como é, acompanhadas de um iluminar de rosto que só a luz de dentro pode irradiar!