ClaraPensamento
É na imensidão do nada que percebemos a nossa pequenez. Mergulho profundo no vazio absoluto quando o pensamento me deixa. E procurando me agarrar a qualquer fragmento que possa encontrar nesse espaço, percebo que nada sou e que são as coisas que me completam. Sinto-me perdida, tenho tudo do nada, mas de tudo me falta para eu ser completa. Minha mente vazia é um tormento; preciso de pensamentos para que eu possa voltar e ser algo.. alguém.. de novo.. que eu pensava que existia!
É neste estado de sentimento - o da angústia - que temos a forte sensação de que o grande culpado pela nossa loucura é o amor.
Ouvi dizer, uma vez, no sentido existencial enquanto realidade vivida, que a finalidade da vida é a morte, pois se vive para encerrar-se. Mas, aventurando-me pelo emaranhado da filosofia, aprendi que esse fim seria a própria vida. Explico: Não temos consciência plena do que seja a morte, pressupondo estarmos vivos; a morte é, pois, algo que não provamos apesar de termos em mente a sua existência. Não sabemos o que vem, o que acontece quando ela chega, morte é morte, e pronto! Mas da vida... ahhh!... dela sim podemos falar, pois provamos. Experienciamos seu doce e amargo sabor, suas intempéries, sua bonança, alegrias e tristezas, doença e conforto. Dela sim podemos falar, pois experimentamos. A morte, ah, a morte!.. disso não temos qualquer sabor. Por essa razão, digo: A finalidade da vida é a própria vida! Viver Para Viver, e PRONTO!
A compreensão do meu ser limitado me fez ver que não posso saber tudo sobre todas as coisas que indago, e, que nem por isso, me impossibilita de estar sempre a procura das verdadeiras razões que se fazem necessárias para aplacar as questões que torturam a minh'alma... E o meu pensamento continua... feito um rio que corre, cheio de desvios, mas sem nenhum empecilho.
Donde vem a amizade, senão da substância que existe entre duas pessoas que mutuamente se identificam?
Você me tirou da inércia; da minha ausência de reação que torturante angustia, da apatia estagnada que definia o meu desânimo pela vida. Assim como uma plantinha num vaso... retida, em estado constante, sem razão para desenvolver, eu vivia. Mas você chegou e me transformou!... mexeu em minha terra, deu água às minhas raízes áridas, me pôs sob o sol para que eu pudesse sentir novamente a luz da vida e eu renovei, floresci... revivi... descobri um mundo de possibilidades com emoções e significados profundos... e senti!... senti com os olhos fechados os meus maiores desejos provocados, um sentimento que há muito eu não experimentava. Mas você se foi e eu voltei à condição anterior.
(Inspirada na canção Nocturne -New Version - Secret Garden)