Christiano Marques
A Justiça que o povo espera parece está morando além do Além, por aqui a menina que cata flores, cata lixo também.
Andança.
O Rio é de Janeiro mas foi só no Natal que o Amei.
E debaixo do Cristo Redentor balbuciei uma Oração. Chorei por todas as Amazonas abusadas e assassinadas,
Rezei pro São Paulo, São Luiz, São Vicente, mas o Espirito Santo foi o único que me consolou.
E debaixo das bênçãos de Santa Catarina eu andei e me cansei.
Bebi das águas do Rio Branco e do Rio grande do Sul
E com isso nem lembrei da sede que passei no Ceará.
No frio do Paraná eu fiz minha roupa com Mato Grosso,
Afinal, o fino não suportaria o tempo.
Lembro que encontrei grandes tesouros nas Minas Gerais.
E nessas andanças tive que parar no Pará pra encontrar Rosana e me casar.
Andei esse Brasil inteiro, mas foi só na Bahia que eu vi meu Salvador.
Manaus, 19 de junho de 2014.
Amor em mil pedaços.
Sei que nunca vou esquecer,
Os raios de sol daquele amanhecer
Em seu sorriso, em seu olhar
Em minha cama vazia.
O calor que penetrava em meu coração frio,
As lembranças de minhas mãos apalpando o vazio do teu calor.
E eu como um menino desnorteado tentei juntar os mil pedaços que restaram desse amor.
Teus olhos.
Teus olhos ainda me vê,
De um jeito,
Com duas manias
E mil desejos.
Teus olhos me chamam,
Pra um romance,
Em dois corações em três incertezas.
Teus olhos ainda choram,
Duas lágrimas de dor e uma de saudade.
Teus olhos ainda me cativam,
Em voce, em teu ser, no nosso Amor.
Dos erros em que vivi.
Ainda carrego o aroma fétido,
O gosto estranho e as marcas dos erros em que vivi.
Dos erros em que vivi,
Eu vi minhas falhas atravessando meus sonhos e abrindo feridas em mim feito navalha.
Dos erros em que vivi,
Profanei o Sagrado
Desprezei as profecias e irritei os deuses.
Dos erros em que vivi,
Fui rebelde, transgressor, bandido, assassino do Amor.
Pisei nas flores,
Escarrei no jardim,
Traí todos os meus amores,
E no meu sofrimento abortei o meu fim...
O Corvo.
Ele é solitário,
Seu olhar rasga a densa escuridão do seu íntimo.
Suas asas dão liberdade a sua vida desprezível,
Sua cor negra é como os olhos do amor da minha vida que não vejo mais.
Ele isola-se em madrugadas frias.
Imóvel as gotas de chuva que banham seu corpo fétido.
Mísero de beleza, de comida, se perde entre trapos podres.
Sua distração é voar perto do azul celeste,
De horizonte em horizonte despreza seu ontem.
Símbolo lendário de maldição.
E como um corvo triste me sinto em noites triste sem Você.
Seus olhos.
Seus olhos cor de mel raro,
trouxe sobre mim um alto preço a pagar, amargo e caro.
Eu desconfiei do perigo atrás do seu astuto sorriso.
Senti pulsar forte e temeroso meu coração de menino.
Eu sabia que seria perigoso demais,
Que teu abraço me faria dormir em teus braços,
E que aquela madrugada me arrastaria a sua cama.
Seu cheiro ainda está em mim,
Os detalhes do teu corpo ainda estão como um quadro pintado nas paredes das minhas lembranças.
Sei que você está em algum lugar,
Sorrindo, conversando, cantando
Letras invertidas à sinfonia de um coração apaixonado.
Perdoa-me em não aceitar ter sido teu...
Pois meu corpo é de homem, mas meu coração é de menino.
Se o tempo me perdoasse,
E me desse uma única oportunidade de voltar,
Tomaria a mesma dose do nosso pecado só pra ter você novamente,
Na mesma paixão, no mesmo lugar.
Minha dor
Em teu jardim sem flor.
Sangra, exala esse cheiro de lama.
Essa ausência de carinho, de amor, de atenção e de Paixão.
ultimamente
Ultimamente eu ando assim,
Dividido entre a arte e a necessidade
Entre a revolta e o perdão,
Entre as pessoas e a solidão.
Ultimamente eu ando meio assim,
Dividido entre a paixão e a fúria,
Entre a loucura e o Juízo,
Vagando sozinho entre o inferno e o paraíso.
Manaus, 11 de setembro de 2014.
Uma Mulher diferente.
Conheci uma mulher diferente,
Nos braços muitos filhos,
Na boca poucos dentes.
Dividida entre o campo e a cidade.
Levava em seu rosto pálido as marcas da necessidade.
Em seu olhar a depressão,
Em seus ombros a opressão,
Em seu espírito, a pressão.
Em sua alma a Ferida,
Em seu peito a solidão.
Por você eu mudo.
Se ficares eu prometo que por você eu mudo.
Por você eu mudo meu mundo.
Mudo de rota, de atitudes.
Mudo de nome se for preciso,
E aceito até ser chamado de Raimundo.
Eu mudo de vida, de estilo,
De religião,
Só não dar para viver sem essa paixão.
Por você eu mudo,
Meu tudo, meu nada.
Deixo pra traz meus amores,
Minha ilusão, meus absurdos.
Por você eu mudo,
De endereço, de País,
Mudo Meus amigos se preciso for,
Só não posso é viver sem ter o teu imenso amor.
Manaus, 11 de setembro de 2014.
Passei por você
Passei por você em Passos lentos e desatentos,
Mirando, estudando e perscrutando toda tua beleza angelical.
Passei e deixei em você as margens do meu olhar,
E arranquei de você a lembrança de uma beleza sem igual.
Passei por você,
Mas não passei só por passar,
De você arranquei um amor, uma paixão, um fogo inextinguível e a maior de toda a inspiração.
Passei por você
Passei por você em Passos lentos e desatentos,
Mirando, estudando e perscrutando toda tua beleza angelical.
Passei e deixei em você as margens do meu olhar,
E arranquei de você a lembrança de uma beleza sem igual.
Passei por você,
Mas não passei só por passar,
De você arranquei um amor, uma paixão, um fogo inextinguível e a maior de toda a inspiração.
Passei por você,
E ainda hoje guardo as marcas dessa Passagem:
Um coração ansioso, apreensivo e temeroso.
Vago pelas ruas tentando te reencontrar, buscando em cada rosto a menina que furtou meu coração, arrebatou meu sentido, perturbou o meu sono e me deixou uma imensa indagação.
Tudo porque ousei em passar por você...
Rosa esquecida.
Na manhã mais sombria da minha vida,
Observei um espaço a mais em nosso quarto,
Não senti o cheiro do teu perfume
E nem ouvi tua voz,
Então lembrei, você se foi.
Então chorei,
Sentei sozinho na mesa do café da manhã observando o ponteiro traiçoeiro do relógio,
Me perdi no tempo,
Abracei o vento.
Vi uma rosa branca sobre a mesa,
Era sua, talvez nossa,
E a dor era em saber que ela não foi deixada mas apenas esquecida.
Se não fosse esquecida, esperança havia,
Mas como foi esquecida, foi uma despedida.
Foi um adeus de uma mulher que um dia foi minha menina.
Madrugada fria.
Em uma madrugada fria escrevi três poesias,
Falei de amor, falei de paixão, falei da vida deslavada, falei de coisas do coração. ..
Falei de anjos e demônios,
Falei de famosos, falei de anônimos.
Falei de mim, falei de voce,
Falei de planos, de sonhos,
Falei de nós dois.
Falei de Deus, falei de coisas belas.
Falei de musas falei de poetas.
Falei do nada, falei de tudo.
Falei da nossa vida, falei do nosso mundo.
Gosto do frio de janeiro,
do vento tímido de fevereiro.
Gosto da mão que me afaga no escuro
E da boca gostosa que furtou meu beijo.
Como o tapete de tecelão é a maciez de sua pele,
Pura como neve de invernos precoces,
Como um olhar que penetra o mio-cardio e a alma.
Seus cabelos pretos como eclipse intruso no céu mais recluso,
Harmonizavam-se ao tocar seus ombros redondos,
Redondos como os grandes olhos dos meus amores passados.
Caminhas em passos lentos como se fosse a mais linda das modelos,
E de fato és, modelo na passarela dos meus sonhos.
Rainha em meu palácio,
És minha dona, tirana da paixão, senhora desse apaixonado coração.
No auge da minha loucura me embriaguei com os ricos,
Abandonei minhas ovelhas
E dos bodes fiz meus Amigos.
Adulto ou criança?
Foi pisando nos espinhos da vida que escrevi minhas poesias.
Marcado, ferido e sangrando
Cantei durante dez anos.
Uma canção inspirada, nova e consagrada.
Toquei homens brutos de corações duro.
E hoje percebo que minha canção vagueia entre meu peito e o espaço,
E eu um homem imaturo, procurando o amor de Abraço em Abraço.
Procurando um alívio,
Uma mulher mais madura, um sorriso mais sério, um amor mais sincero.
Preciso me libertar das minhas lembranças e acabar de vez com essa andança.
Preciso ressurgir mais adulto ou talvez mais criança.
Sei que nunca vou esquecer.
Sei que nunca vou esquecer, a menina dos olhos castanhos que me esperou durante dez anos na esperança de ainda me ter.
Sei que nunca vou esquecer,
Minha estupidez renascendo a cada dia,
Enquanto você escrevia os seus mil versos,
Agora sei que nunca os poderei ler.
Sei que nunca vou esquecer,
Você ensaiando todos os dias a mesma canção
E eu um bobo, bati a porta do meu coração.
Sei que nunca vou esquecer,
Seus sonetos, suas poesias.
Seus trinta anos vividos com muita valentia.
Sei que nunca vou esquecer,
A culpa, a revolta e o ódio pela vida.
Em vê você morrer em meus braços,
Pra perceber que você era tudo o que eu queria.
Não meça meu amor.
Não meça meu amor,
Não pese minha paixão.
Não resista minha canção,
Pois te amarei feito um pagão.
Não resista as minhas palavras,
Não sufoque a minha fala.
Pois te farei comer os meus versos feito uma alma insaciada.