Chris Martins
Teoria de uma Mente Disruptiva
Por alguém que cansou de aceitar o óbvio
Durante parte da minha vida, convivi com diferentes crenças, culturas, religiões e pessoas das mais diversas formas de pensar. Em meio a essas experiências, fui percebendo algo inquietante: existe um senso comum que domina o olhar de muitos, e por outro lado, existe o “anormal” — aquilo que poucos conseguem ou se permitem enxergar.
Com o tempo, e com observações cada vez mais críticas, cheguei a uma conclusão incômoda:
As pessoas comuns não necessariamente sabem pouco, mas falam apenas sobre o que gira em torno delas. Vivem presas a futilidades, distrações, prazeres momentâneos. O mundo se tornou uma grande vitrine digital, onde a realidade acontece dentro de telas, e não mais entre pessoas.
A conversa foi trocada por curtidas.
A presença foi substituída por notificações.
E o "nós" desapareceu para dar lugar ao "eu".
Vivemos tempos em que a intenção gira apenas em torno dos próprios umbigos. Muitos querem colher o que não plantam, consumir o que não constroem, viver vidas que nem são suas. A identidade própria perdeu valor — o progresso interno se tornou menos relevante do que acompanhar o próximo famoso em ascensão.
As pessoas acusam os outros de estarem cegos, sem perceberem a própria cegueira. E quando alguém tenta ir além das emoções, pensamentos e ações superficiais... quando alguém tenta enxergar de verdade... logo é visto como ameaça.
Não estou em desilusão. Estou desperto.
E despertar, hoje em dia, causa desconfiança. Em um mundo de cegos, aquele que enxerga é rei — mas não se engane, pois vão tentar roubar sua coroa a qualquer custo. A vaidade venceu a compaixão. O domínio sobre o outro se tornou mais importante do que o domínio sobre si mesmo.
Domínio atrás de domínio.
Vaidade sobre vaidade.
Reflita sobre isso.
Porque pensar, hoje em dia, virou ato de rebeldia.