Cheiene Oliveira
Todos nós sofremos de alguma maneira, por falta ou excessos, por lembrar ou por ter esquecido. Sofremos, e é o que nos torna humanos, com todos os desastres que causamos, e que nos causam.
No meu maior medo, me descobri sozinha. Dentro de um espaço vazio e escuro. Eu sempre tive medo de escuro, principalmente desse que cresce em mim. Não tenho amigos, nem alguém que acalme meu choro. Tenho que engolir minhas mágoas e cerrar os olhos até que o sono venha, e é a única coisa que tem vindo até mim, mesmo que forçadamente.
As vezes eu queria viajar, mesmo que a pé, todos esses quilômetros só para te dar um murro e dizer que você é um otário. Mas tenho medo, certamente eu não o faria. Eu sinto tanto sua falta, e ao mesmo tempo, queria achar um modo de não precisar mais da sua presença. Mas preciso, vou precisar de você aqui, não vai ser fácil, não está sendo. Eu sei que não sou muito mais na sua vida, e que se quer me quer em teus braços, mas você sabe bem que eu sou dessas pessoas que sempre amam sozinhas, por mais ridículo que seja.
Te dou amor, eu sou amor, te dou a mim, e tudo que aqui dentro cabe. Meus sonhos, esperanças, minha ilusão de liberdade. E minha recompensa à tudo que lhe entrego? Solidão.