Charles D'Moi
Boas memórias sempre vêm nestes verões.
Mesmo que elas estejam meses à minha frente.
Em incontáveis noites com uma brisa calma e morna, essa cadeia de montanhas vai ser onde alguma história pode ser pisada
Onde tiro meu gorro empoeirado,
lá é minha casa.
Aí está nossa liberdade.
Espero que sua estrada seja definida
não pelas decisões, mas pelos acasos.
Essa falta de certeza é a nossa garantia
de mais páginas quando pedirem para escrever quem somos.
Eu quero o caos.
A desordem.
Que aquela história do amor espere até o tempo.
Que pensem que sou desprezível.
Assim me basta.
Afastarão os que têm motivos para me perder.
Hoje me basta desejar meu próprio verão.
O inverno vem sempre fedendo a fumaça de passado.
Quero que meu filho seja tão inquieto quanto fui,
de modo que não haja paciência para elas quererem mais da minh'alma.
Quero uma porção de suor e duas de sangue,
outro quinhão de poeira de estrada.
Para que tal, eu guarde em minhas roupas por onde passei.
Quero a proximidade,
do fogo, do vinho e dos que já conheço as falhas.
Destes já não tenho medo.
Se você vai se vingar de tudo que você pensa que te fizeram mal,
tu te torna tão mal quanto quem tu supõe que é mal.
Logo, ficar com raiva e pagar em lei taliônica - olho por olho, dente por dente - se torna fútil e apenas uma reprodução do que você pensa que é justo, e não a amabilidade de não necessitar retribuir cicatrizes.
Porém questiono: E se de repente a balança não pode mais ser equalizada com atos de vingança, mas apenas com atos de bondade?
Nessas horas amigo, você caminha numa solidão infindável