Charles D'Moi

Encontrados 5 pensamentos de Charles D'Moi

Invejo a ti meu amigo.
Do fundo da minha rasa alma.
Invejo teus passos firmes.

Eu,
de baixa estatura,
quero passos largos.
Tu,
passas de mim palmos,
tens passos curtos e firmes.

Invejo a ponto de me esquecer disso.
E ao admirar os lugares onde pisa,
O vento passando pelo teu ombro coberto de couro.

Tu és para meu peito
como se ambos fôssemos uma sombra projetando no sol.
Poucas são nossas ideologias,
mas uma das que creio
é que meus deuses residem no meu coração.
E um deles é homônimo a ti.

Não que estivéssemos realmente preocupados em morrer sozinhos.
Pois esse cinza marcado de branco sob nossos pés anda rápido demais,
e não permite o cinza moldado
- o qual se reside abaixo de nossos longos cabelos -
que pensemos em regredir.

Podemos regressar.
O combustível tem que ser novo
para ter um mesmo cinza que sai destes escapamentos.
Novos litros, novos cinzas,
todos os que citei anteriormente.

Mas um cinza de tempo armado para a chuva,
que vai deixar tudo limpo no ar como uma boa briga.

Boas memórias sempre vêm nestes verões.
Mesmo que elas estejam meses à minha frente.
Em incontáveis noites com uma brisa calma e morna, essa cadeia de montanhas vai ser onde alguma história pode ser pisada

Se você vai se vingar de tudo que você pensa que te fizeram mal,
tu te torna tão mal quanto quem tu supõe que é mal.

Logo, ficar com raiva e pagar em lei taliônica - olho por olho, dente por dente - se torna fútil e apenas uma reprodução do que você pensa que é justo, e não a amabilidade de não necessitar retribuir cicatrizes.

Porém questiono: E se de repente a balança não pode mais ser equalizada com atos de vingança, mas apenas com atos de bondade?

Nessas horas amigo, você caminha numa solidão infindável

Onde tiro meu gorro empoeirado,
lá é minha casa.
Aí está nossa liberdade.

Espero que sua estrada seja definida
não pelas decisões, mas pelos acasos.

Essa falta de certeza é a nossa garantia
de mais páginas quando pedirem para escrever quem somos.

Eu quero o caos.
A desordem.
Que aquela história do amor espere até o tempo.

Que pensem que sou desprezível.
Assim me basta.
Afastarão os que têm motivos para me perder.

Hoje me basta desejar meu próprio verão.
O inverno vem sempre fedendo a fumaça de passado.

Quero que meu filho seja tão inquieto quanto fui,
de modo que não haja paciência para elas quererem mais da minh'alma.

Quero uma porção de suor e duas de sangue,
outro quinhão de poeira de estrada.
Para que tal, eu guarde em minhas roupas por onde passei.

Quero a proximidade,
do fogo, do vinho e dos que já conheço as falhas.
Destes já não tenho medo.