Céu Marques
Saber classe gramatical é essencial no estudo da língua portuguesa, assim como a tabuada é essencial no estudo da matemática.
Quando passamos por algum colapso emocional, sabemos que precisamos de tempo e conforto para processarmos alguns sentimentos.
Ser feliz, tendo saúde todos os dias, deveria ser uma obrigação de todo ser humano, já que é um privilégio negado a muitos.
Minha cor é a transparência.
Para alguns meu maior defeito.
Para outros minha maior qualidade.
Nuances da existência.
Não quero mais fazer parte desse mundo tecnológico que cria uma aproximação superficial e afasta as pessoas do contato real.
Quanto mais estudo a língua portuguesa, mais percebo que nada sei. E é justamente isso que a torna tão interessante, instigante, viciante e apaixonante.
Ando cansada deste mundo virtual tão repleto de idealizações, perfeições e felicidade extrema. Lamento pelas pessoas que pensam que isso é verdade e ficam buscando (em vão) este cenário perfeito que não existe.
Estou longe de ser uma mulher poderosa, equilibrada, independente, heroica, de fibra, capaz de tudo. Não sou santa, deusa, princesa, rainha. Nada disso. Tenho inúmeros defeitos. Sou humana. Sou mulher. E mulher de verdade que quer colo, que reclama, grita, chora, exige, mas que também cuida, abraça, acolhe quando é cativada. Quero ser feliz. Quero viver, conhecer pessoas, lugares. Quero me descobrir a cada dia e me surpreender com cada descoberta. Quero apenas poder ser eu mesma. Simples assim.
Chegamos a um ponto em que escrever e falar bem é preconceito. Seguir a a norma culta da língua é considerado elitista.
Meu Pai
Foi difícil chamá-lo de pai
Foi difícil me expressar
Muito não foi dito!
Só sentido... Faltou o toque!
Silêncio das palavras faladas
Movimento das palavras escritas
Ele era um poeta
Poetas não falam. Sentem!
Será essa explicação da ausência?
Quanta sensibilidade! Quanta sabedoria!
Fraqueza? Irresponsabilidade?
Claro! Quem não as tem?
Foi humano e errou sim
Errou e sofreu
Sofreu e sentiu
Sentiu e escreveu
Palavras lindas!
Que ficarão para sempre
Na lembrança de cada pessoa
Que soube enxergar o Manuel
De maneira única
Cada um com o seu olhar
Soube criar a imagem
De “Manuéis” diferentes
E era assim mesmo que ele gostava
De ser diferente para cada um.
A escolha do curso de Letras
Escolher o curso de Letras é ser criticado pela maioria das pessoas em um primeiro momento. É preciso ser firme e seguir a sua escolha. Qual é a certeza de que você vai dar certo profissional e financeiramente? Nenhuma.
Somos meros aprendizes e devemos estar dispostos a vencer e perder. Se der certo, ótimo! Se não, tente um novo caminho. Quantos engenheiros, médicos, advogados, administradores e contadores terminaram suas faculdades e optaram por outra área de trabalho? Muitos.
Acredito que, se fizermos com dedicação aquilo a que nos propusermos, é muito mais difícil dar errado. É aquele velho dilema: escolher fazer um curso universitário de que você goste ou que dê dinheiro? Cabe a cada um a escolha, como caberão as consequências dela. É uma questão realmente muito difícil e complexa.
Com relação às áreas de trabalho, você tem duas opções: Letras (licenciatura) ou Letras (bacharelado). Optando pela primeira, você poderá dar aulas no ensino fundamental e médio. Se fizer uma pós-graduação, poderá também dar aulas em faculdades. Escolhendo a segunda opção (bacharelado), você poderá trabalhar como revisor de textos em editoras, assessor em agências publicitárias e tradutor (se for capacitado em outra língua).
Sinto-me até insegura de influenciar de alguma maneira, mas, como sou apaixonada pela língua portuguesa, tenho a obrigação de dizer que o curso de Letras é maravilhoso. Não me arrependo de tê-lo feito. Nunca ganhei muito dinheiro, mas faço o que realmente gosto e faço com carinho.
O que está acontecendo? Um momento em que todos deveriam se unir, vemos o egoísmo e a insensatez imperando entre os homens. Vontade de desistir da humanidade, mas não posso desistir de mim mesma.
Estuda para teres tuas próprias opiniões e argumentos válidos. Só assim não deixarás que te manipulem. Sê livre por meio do teu conhecimento.
De vez em quando (ou de vez em sempre) fico me questionando sobre a enxurrada de informações a que somos submetidos no nosso dia a dia. Tenho a sensação de que deveríamos ser programados para dar conta de tudo o que lemos. São tantas notícias inúteis e bizarras que aparecem na nossa tela.
E o pior é que querem que acreditemos em tudo o que escrevem e falam. Dá vontade de gritar: Chega! Não sou um robô à mercê dessa mídia que anda a duzentos por hora. Quero ter a minha opinião. Vocês não vão me persuadir com suas falácias. Deixe-me decidir o caminho a seguir. Sim, eu sou capaz disso!
Não se desgaste tentando entender o hoje, o amanhã e o depois. Viva-os simplesmente e o entendimento se fará presente naturalmente.
Já parou para pensar na importância da língua portuguesa na sua vida?
Parece uma pergunta simples, mas tem a sua complexidade. Seu uso é tão habitual que, às vezes, não nos damos conta da dependência que estabelecemos com a nossa língua materna. As palavras nos movem o tempo inteiro e estamos sempre nos revelando, seja por meio da linguagem verbal ou não verbal.
O mais curioso é que, ao mesmo tempo que a língua portuguesa nos é tão íntima, ela também nos é desconhecida. Um paradoxo que a torna muito especial. Não tem como se desvincular dela. Somos exigidos a estudar para esclarecermos dúvidas que surgem a todo momento.
Quem estuda a língua portuguesa sabe que é uma tarefa incessante e apaixonante. Já dizia Olavo Bilac: “Amo-te assim, desconhecida e obscura. Amo-te, ó rude e doloroso idioma.”