César Vidal Manzanares

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ARREPENDIMENTO

Em hebraico, o termo utilizado é “teshuváh”, que procede de uma raiz verbal que significa voltar ou retornar. No Antigo Testamento, é um chamado constante dos profetas para afastar-se do mau caminho e viver de acordo com a Aliança. Em nenhum caso, indica a obtenção do perdão mediante o esforço humano, mas receber o perdão misericordioso de Deus para seguir uma vida nova de obediência a seus mandamentos.

Nos evangelhos, o conceito de arrependimento (“metanoia” ou mudança de mentalidade) é um conceito essencial, equivalente à *conversão, que se liga ao profetismo do Antigo Testamento, mostrando-se distanciado do desenvolvimento do judaísmo posterior. Jesus insiste na necessidade de arrepender-se porque chegou o *Reino de Deus (Mc 1,14-15) e afirma que se perecerá se não houver arrependimento (Lc 13,1-5). O arrependimento jamais é uma obra meritória, mas uma resposta ao chamado amoroso e imerecido de Deus (Lc 15,1-32). O arrependimento é, portanto, voltar-se à graça de Deus, recebê-la humilde e agradecidamente e, então, levar uma vida conforme os princípios do Reino. E até mesmo àquele que se arrepende e já não tem possibilidade de mudar de vida, porque está prestes a morrer, Deus mostra seu amor, acolhendo-o no *paraíso (Lc 23,39-43).
(Dicionário do Novo Testamento)

Abba
Palavra aramaica que significa “pai”, ou melhor dizendo, “papaizinho”. É o termo habitual com que Jesus se dirigia a Deus, o que demonstra sua autoconsciência de filiação divina [(Mc 14,36) > “Ele rezava: «Abba! Pai! Tudo é possível para ti! Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.»] Atualmente, é indiscutível que nenhum dos judeus contemporâneos de Jesus ousara aplicar semelhante tratamento a Deus e que os empregos posteriores da palavra não tinham a profundidade da adotada por Jesus.

Dicionário do Novo Testamento

Abismo
Do grego “abyssos”, profundidade sem fundo nem limites. Na tradução do Antigo Testamento para o grego, conhecida como Septuaginta ou Bíblia dos LXX, o termo é utilizado com referência ao caos anterior à obra criadora de Deus (Gn 1,2) e também em relação ao sheol ou Hades (Jó 41,24 LXX). No Livro de Henoc, o abismo é claramente indicado como o lugar de castigo consciente dos *demônios ou anjos decaídos. Jesus identificou-o com a morada dos demônios [Lc 8,31 =
“Os demônios pediam que Jesus não os mandasse para o abismo.] e o Hades com o lugar dos mortos conscientes (Lc 16,26ss).
(Dicionário do Novo Testamento)