César Costa
Se perguntassem-me do que lembro...
Eu responderia...
Lembro dela, daquele olhar meigo, olhos escuros e misteriosos, daqueles lábios sorrindo, daqueles beijos de mentira, daquela voz soando como uma doce canção embriagando a alma
Se perguntassem-me do que sinto falta...
Eu responderia...
Sinto falta dela, daquele corpo entre meus braços, daquela pele branca, suave e gostosa, daquelas mãos pequenas, daqueles dedos vagando entre meus cabelos desgrenhados
Se perguntassem-me o que quero...
Eu responderia...
Quero ela, quero acreditar que tudo aquilo não foi apenas um sonho fantasioso, mas se foi apenas isso, mesmo assim quero descobrir uma forma de sonhar outra vez
Se perguntassem-me o que vou fazer agora...
Eu responderia...
Nada, não vou fazer nada, e não posso fazer nada, apenas esperar que as nuvens me tragam ela de volta algum dia.
Enquanto escrevo estas palavras inúteis, porém cheias de sentimentos, lá fora a lua ilumina os caminhos longínquos que me levariam até você. Enquanto penso nisto, minha respiração acelera, minha memória vagueia através de algum lugar no tempo, porque em noites como esta não consigo dormir, não consigo parar de pensar em ti, não consigo fechar os olhos sem tentar buscar a lembrança do teu rosto em algum lugar dentro de mim, não consigo sossegar com o silêncio que me rodeia, a escuridão aqui dentro destas paredes me deixa perdido, e a falta do teu abraço me deixa levemente desesperado. Algo me deixa aliviado por algum tempo, percebo os primeiros raios de sol tocando meus olhos, a luz da manhã me ajudará a suportar este vazio que me esmaga sem piedade, mas em pouco tempo a luz sempre se vai, e outras noites como esta sempre irão voltar.