Cely M d Fonseca
Poesia
Cor azul
Gosto tanto da cor azul
Que de azul
Pintei os meus sonhos nos teus .
Pintei o mar
Pintei as estrelas
Só não pintei, os olhos teus.
De azul pintei as ruas
Para te ver no reflexo delas
Pintei janelas
Pintei telhados
Só não pintei o teu sorriso nelas
Perdida no azul aprisionei
O meu cansaço no teu
E de tanto azul gostar
O teu nome diluí
No infinito azul do céu!
DESVENTURADOS DA SORTE
Em noites de dias frios
Dormem os pobres mendigos
Ignorados e sós
Nas soleiras das portas
Com o estômago vazio
O aconchego da cobertura
É uma caixa de papelão
Entrapados nas roupas esburacadas
Choramingam a dor da sua solidão
Tapam a cara com vergonha
Da vida que não escolheram
Choram as suas dores sem queixume
Com o coração golpeado
O caixote do lixo é sua mesa farta.
Porque a sociedade apressada
Deles não querem saber nada
Assim vive o pobre mendigo
À mercê do seu destino
Dormindo na laje fria
Sem sonhos!!! Sem ilusões !!!
© Cely M d Fonseca
Foto Via Web!
AS AMORAS DA MINHA AVÓ
As amoras bravas das terras da minha avó.
Tinham o doce sabor dos riachos.
Tinham o doce sonoro dos pássaros.
Tinham o cheiro das flores silvestres
E também das rosas bravias.
Tinham o cheiro da tarte saída do forno.
Tinham as recordações de infância.
Que hoje com ternura as guardo, no baú da saudade.
Poema e Foto: © Cely M d Fonseca