Célia Carvalho
A M O R
O amor é ato livre de dois seres
Que se encontram, se entregam...
Às vezes sem conhecerem-se,
Cultivam a cada dia de convivência
As qualidades duplas e unas que nutrem
Seus sentimentos mais profundos.
Amor não tolera desleixo,
Não tolera excessos...
O amor não tem hora pra chegar, nem partir.
O amor não deixa recado, nem pede licença:
Invade e fim!
O amor, geralmente, começa como uma
Paixão que queima até virar brasa
E amorna com o respeito mútuo.
O amor é uma amizade que cresceu muito.
E quando o amor parte,
Deixa uma bela amizade em seu lugar
(para quem o entendeu e bem viveu!)
O amor tudo pode, até na dor;
É eterno em si mesmo;
Que assim o seja entre seres que
O cultivam, posto que não possa ser
Eterno para dois seres sempre.
Às vezes, no entender de pessoas ignorantes, os saberes e modo de visão de outros, são coisas irreais, impossíveis.
DE INSALUBRE A PLENO
Um filme insosso,
Minha vida dias atrás.
Fui velha, embora ainda moça,
Fiquei triste e incapaz.
A solidão costumeira
Deixou minha vida sem sal,
Tornou-me sua companheira,
E fez minha dor abissal.
O amor próprio bateu-me nos ombros,
Sacudiu-me e acordei para vida
Destruí recordações, limpei escombros,
Soergui-me e me sinto viva, embora sofrida!
A força da mente mudou-me
E fez bela minha vida.
Esse dom especial, e eu,
Ser carnal animado por ela,
Mereço outro filme, com um grande final.
