Cassiano D. Costa
Deus nos fez anjos sem asas, para provar que o divino também calca os pés em solo. Anjos fazem milagres, nós fazemos o futuro!
Em um desabrochar a flor sorriu
Viu que o mundo era enorme e ao mesmo tempo vil
Olhou para as abelhas e sentiu que tinha esperança
Mesmo imóvel queria espalhar sua herança
A flor se coloriu se enfeitou.
Falou sem voz com a abelha que logo pousou
Abriu teu interior e entregou seu tesouro
Doando sem rancor aquilo que valia mais que ouro
A abelha partiu, sem se despedir.
A flor não entendeu o que a fez partir.
De flor em flor a abelha foi, sem dar adeus.
Se a flor soubesse os propósitos de deus...
Outras flores cresceram através da original
A velha flor não tinha presenciado nada igual
Observou tuas gerações e agradeceu
Á abelha silenciosa que tirava tesouros teus
A flor andou pelo campo, como tinha sonhado
Teu pólen, tua esperança; a abelha teu cavalo
Doou sem questionar, entregou sem hesitar
Espalhou-se pelos campos, sem um passo dar
"Reciprocidade e amor são equivalentes, são nomes diferentes, mas os dois tem algo em comum, a energia.
Na maioria das vezes pensamos em ambos como uma troca justa do que oferecemos. Nos frustramos por não recebermos.
Como exemplo um amigo manda uma carta e ainda um vinho para uma pessoa. A pessoa recebe, não responde a carta e não agradece o vinho. O remetente se frustra, entristece e pensa
" Meus esforços não valeram nada, não fui reconhecido nem mesmo com um ato tão nobre de minha parte". Na mesma semana ele é surpreendido pelo destinatário da carta e do vinho. Os dois vão ao melhor bar da cidade, tudo pago pelo destinatário. No final do período ambos se despedem, e ainda depois de tudo o remetente se pergunta " Ele não lembrou de minha carta nem do meu vinho".
Reciprocidade e amor fazem jus á trocas de mesma intensidade, energia. Não entregue esperando receber o que deseja, você precisa apenas é de uma energia correspondente".🤔
É tão verde, viçosa, não madura. É tão linda, tão cativante, mas não consumível. E se amadurecer cairá em minha cabeça ou adoçará a minha papila? mesmo assim é tão bonita... Espero que amadureça, caso demore minha fome aparecerá e de fome não ei de morrer, não morrerei de fome! O que adianta de tanta beleza se dela não provém um sustento, um motivo a mais, uma doçura? Quais frutos o mundo ainda tem, quais cores viçosas ainda existem, persistir é esperança, fé no fruto que há de amadurecer, mas se cair maduro no chão há de se espatifar, e aí a vida me quer dar frutos, mas não diz quais deles tirarão o gosto acre da espera sem espatifar.
A dor me faz ver, enxergar. Trás á tona a realidade que por muito custo não reconheço. Muitas vezes me entorpeço de tudo, quero sentir as coisas de uma forma agradável, ignoro os problemas, a realidade, mas a dor faz sentir, sinto, agonizo na verdade, sem escapatórias.
Sentir dor é sentir-se vivo. Assim eu sinto. Dói, mas existo. E quando a dor for embora irei me entorpecer novamente, encher-me de ilusões para que novamente outra dor me mostre o chão, para que eu aprenda um dia a caminhar e saber que voar só acontece nos sonhos, na vida o chão é duro, frio, desconfortável, mas mesmo assim é a minha melhor vereda. Assim aprendi com a dor, o peso nos meus pés, que me fortalece a cada dia. Sinto dor, sinto-me vivo.
Já perdi muita coisa na vida, mas sempre tive a teimosia irritante de me encontrar. Nunca irei á falência, pois sempre terei a mim como último recurso.
A intolerância só ocorre em relação ao que você controla. Você não tolera aquilo que não tem controle.Fora da dominância só há espaço para o conformismo.
Existem palavras.
Aquelas que fazem bem, propondo o mal
Aquelas que fazem mal, propondo o bem
Na interpretação do ouvinte tudo se relaciona com a voz. Na interpretação do autor tudo se relaciona com o coração.
O cristão prefere pulverizar a pedra ao invés de atirá-la. Quem a joga torna-se fariseu em seu caráter. Amola seu ódio e transforma-se naquilo que mais o repugna.
CONSCIÊNCIA
Os problemas que passo
As profecias que penso
São parte do que nem se quer sofri
Exitei tantas vezes
Em fazer diferente,
Tudo o que é reprimido
Quando supernova
Demais demonstra
Faz machucar
Minha consciência, minha memória
Conhece o bom de amar, mas teima
Continua a errar e a exitar
Eis o medo de pedir perdão
Ajoelhar-se é ato tão nobre
Que para mim deixou sua nobreza
Tornou-se cena de novela clichê
O que me resta é não fazer.
Se vi passar o tempo,
Vi que passa devagar quando só
Sem amor tudo é pior
E os joelhos exigem os chãos
E a alma clama por misericórdia
Medíocre a consciência que fez reis
e escravos dos sentimentos.
Aqueles que calculam
Esquecem que da humildade
Surge a divindade além das fronteiras da razão.
O passado quieto é arquivo
O passado relembrado, é álbum
O passado repassado é herança
O passado é diário guardado, trancado.
Só entende o passado,
Quem o viveu!
O passado não é herança
para quem não o quer herdar
Para este é retrocesso, prisão.
E quando você tiver notado
A vida passou e não deixou adeus
Quando você perceber
A vida lhe abençoou e você não disse "amém"
Quando o último orvalho secar
Só sobrarão as gotas de seus olhos
Quando o fim começar
Você vai desejar o começo
Muitos passarão ao seu lado
Mas nenhum sentirá sua dor
Quem se colocaria em tal lugar
Além de quem te deu a luz?
Ás vezes nem a luz vai estar lá
No transcorrer da vida
A ampulheta derrama
Grão em grão nosso tempo
Eis que você notará,
O que realmente
Passou despercebido
Que cada grão que cai é tão valioso
Que não vale ser perdido
Por ninguém, além de você.