Cássia Megh
Se eu pudesse editar a realidade como eu edito meus textos... meus olhos parariam de arder com o escorrer das lágrimas.
Um espetáculo cujo nome é Humanidade
Onde os risos são ambições e a alegria uma potência
O sábado negro surtava naquela ambiguidade
E os corações já transbordavam violência.
Acordei bem cedo. O céu ainda se encontrava na escuridão, mas revestido por estrelas. Levantei no mais tranquilo estado de espírito, mesmo diante de um quarto fechado e abafado. Abri a janela e pus-me a apreciar toda aquela imensidão escura, mesmo estando atrás das grades da janela. Pude sentir a brisa dançando no meu rosto e pensei "hoje será um dia feliz!".
A minha vida social é vulnerável. Litros de Urânio imaginário caem no meu coração social e corroem, corroem, mas corroem lentamente, por incrível que pareça. É uma vida complicada, pois não consigo melhorá-la nem piorá-la. Sempre no mesmo lugar, convencida de que milhares de opções do destino podem ser plausíveis, desde que eu acredite em destino. Crendice!
O difícil é entender a dificuldade de uma mente difícil ao questionar algo tão difícil, dificultando a capacidade de diferenciar o fácil do difícil, assim como esse texto que, de tão difícil, acabou levando o nome de FÁCIL, porque não é muito difícil entender a quebra de expectativa em um texto complicado e difícil.
Esse tempo chuvoso ilustra minha felicidade e neste exato momento eu estou desfrutando minha ignávia. As água que correm no chão são sinônimas ao meu corpo sobre a cama gelada, com os travesseiros nos pés, sem a menor vontade de levantar. Acordada, mas dormindo. Dormindo, mas flutuando.