CAROLINE CRUZ
Assim te vejo...
Te sinto...
Permito-me lembrar daquele dia
Daqueles dias...
Suspiro fundo, porque sei que em seguida
virá teu sorriso...
Teu toque...
Teu cheiro...
Tua voz...
Teu olhar...
São coisas tão marcantes e vivas
E por um momento até esqueço
Que são apenas lembranças!
Refúgio
Em tempos tempestuósos
"Terra à vista" após o naufrágio...
Depois de um dia de sol
Que bom que a beleza da noite conforta...
Senão, o que seria de mim agora?
Te entreguei meu coração
Eu sei e sinto que recebi o teu de volta
Mas o dia foi curto...
Chegou a noite...
Ainda sinto teu toque, teu abraço apertado...
Teu cheiro grudou em mim, amor!
Sabe aquela blusa que você usou?
Não tive coragem de lavar...
Porque ainda te amo!
Perdemos-nos, não sei em que momento
Vou tomar água, olhar a lua...
Talvez cure esse nó na garganta
E acalme meu coração...
Que ainda quer ser teu.
LILIUM
De longe a observo...
Tão quieta...
Parece distante...
Quero dizer-te:
Tu és meu fascínio
Deleito-me por ti
Oh! Menina colírio!
Vou roubar tu, meu lírio
Para um antídoto
E de ti, fazer uso contínuo
Oh! Menina delírio!
Aproxime-se...
Deste lado também nasce o sol
E corre o rio
Há noite, há plantio
Surgem vaga-lumes, cantam os passarinhos
Venha, minha flor!
Não deixarei te faltar suspiro
Pule a cerca, desvie-se dos espinhos
Só depende de tu teu caminho
Oh! Lindo lilium!
Custa-me sonhar?
Um dia atracarei
Mas... Daqui até lá
Vivo a te esperar
É o que me resta...
Pois não posso te obrigar a me amar
Oh! Pequena flor!
Deixe-me sentir teu calor?
“Baixem as velas!”
Berraria o capitão ao ver teu navio prestes a afundar
Do contrário, com os dedos cruzados
Pobre marinheiro...
Naufragou em auto-mar
Pois do amor, não soube desfrutar
Deixando-te morrer por uma flor
Que não sabes desabrochar.